Quase um mês após a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) homologar e divulgar no Diário Oficial a compra dos direitos sobre o filme “Rondon O Desbravador”, com dispensa de licitação, por R$ 2 milhões, a Mesa Diretora revogou e cancelou o feito nesta terça-feira (22). A justificativa foi a “inquestionável restrição financeira que o governo do estado de Mato Grosso se encontra”.
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O longa do produtor Rodrigo Piovezan e do diretor Marcelo Santiago conta a vida do Marechal Cândido Rondon, e foi um continuação da série da TV Globo “Marechal, o grande chefe”, que foi exibida em 2014. A Assembleia afirmou, na ocasião da compra, que iria exibir o filme no dia 7 de setembro em dois horários, às 16h e às 21h, além de exibi-lo em escolas primárias e secundárias de Mato Grosso, polos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), associações comunitárias e na TV Assembleia. Segundo o site da Ancine, a produção do filme e minissérie teve custo total de R$ 3.709.877,60 e conseguiu captar, à época, R$ 2.207.000.
No entanto, o cancelamento já foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (22), sob o número 001/2020, Processo Administrativo n° 201956969, conforme decisão lavrada nos autos. “A instituição entendeu que é conveniente e oportuna a revogação e o cancelamento da Dispensa 01/2020 por razões de interesse público”, justificou a assessoria de imprensa.
No último dia 4 de setembro, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT-MT) trouxe o assunto à tona, e sugeriu que o recurso seja usado para fomentar o setor audiovisual de Mato Grosso como um todo. “Fomos surpreendidos na semana passada com a notícia de que a Assembleia pagou R$ 2 milhões pelos direitos desse filme. Conversei com diversos profissionais do audiovisual e fui informado que a Rede Globo paga no máximo R$ 200 mil por um filme. Não estamos questionando a qualidade do filme que conta a vida do Marechal Cândido Rondon, pois é um filme muito bom. Mas esse recurso poderia ser aplicado para fomentar o setor audiovisual em Mato Grosso, com abertura de editais para vários projetos”, argumentou o deputado, à época.