Um projeto desenvolvido na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), chamado “AudioZap - Povos da Terra”, tem enviado informações sobre o COVID-19 para povos indígenas desde agosto de 2020. O projeto visa levar informação de forma transparente e de fácil entendimento nos idiomas nativos dos povos Bororo, Chiquitano, Kurâ-Bakairi, Paresí, Tapirapé, Umutina e Xavante, do estado de Mato Grosso.

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Jenisson Edy Viana Bartniski, 24 anos, é um dos alunos por trás do projeto, que acontece semanalmente desde agosto. Os roteiros são desenvolvidos pelos estudantes da Universidade e passam por intérpretes para a tradução e gravação no idioma que for necessário. Após a gravação, o material é encaminhado aos alunos que cuidam da edição. O compartilhamento no WhatsApp é feito pelos próprios estudantes.

Os áudios encaminhados aos povos indígenas possuem todas as informações necessárias referentes ao novo coronavírus. “Tudo que está envolvido ao Covid-19: produção de máscaras caseiras, quais os sintomas, quando podem sair das aldeias”, detalha ao Olhar Direto.

“Essa demanda surgiu da doutora Isabela Falconi - que foi a primeira doutora indígena pelo Ecos [Estudos de Cultura Contemporânea] - e pelo professor André, e ela relatou a dificuldade dessa mídia tradicional, que acaba não chegando aos indígenas. (...) A gente debateu e aceitou o desafio. Pela demanda dela, a gente pensou em uma oralidade que chegue fácil pelo celular. É instantânea a propagação”, conta.

Inicialmente, o projeto irá durar até dezembro com informações relacionadas ao novo coronavírus, mas há planos para seguir ainda em 2021 com outros temas e informes que forem relevantes para o momento. Quem quiser receber os audios informativos, basta entrar em contato com a “ÁudioZap” pelo Facebook, Instagram ou pelo telefone (65) 99968-89061.

Live

Nesta terça-feira (13), será realizada a live “A possibilidade da interculturalidade na comunicação”, a partir das 16h, no YouTube. Entre as convidadas, estão Dra. Isabel Taukane e a estudante de Radialismo Isabele Yule, com mediação de Emília Top’Tiro e Michael Esquer. A transmissão, que acontece quinzenalmente, visa estimular a participação de indígenas e estudantes no projeto de extensão.