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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Grande Cuiabá

Milícia alvo de operação aplicava ‘salves’ em quem descumpria regras impostas

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Milícia alvo de operação aplicava ‘salves’ em quem descumpria regras impostas
O delegado Gustavo Garcia, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (Derrfva), disse em entrevista ao Olhar Direto que as investigações apontaram que a milícia alvo da ‘Operação Medianeira’, deflagrada nesta quarta-feira (28), para esclarecimento de um latrocínio ocorrido no último mês de abril, aplicava ‘salves’ [sessões de espancamento] em quem descumpria as regras impostas pelo grupo, que agia com o aval de uma facção criminosa.


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“Chamou atenção, durante a investigação do latrocínio, o fato deles se unirem para impor uma espécie de ordem na localidade onde residem. Colocam as regras e quem não cumpre, por exemplo, quem comete violência doméstica, furta ou se desentende com vizinhos, eles tentam resolver, muitas vezes usando de violência. Isso supostamente é feito com aval da facção criminosa, que atua nos presídios”, disse Gustavo Garcia.
 
A milícia armada estava implantada no loteamento João Baracat e atuava na Grande Cuiabá. Conforme o levantamento policial, eles cometem crimes corriqueiros desde o ano de 2019. Foi durante a investigação do latrocínio que descobriram-se os outros delitos conexos.
 
“Tem relatos de que pessoas foram agredidas por terem descumprido as normas sociais. Quem faz o papel de levar o Poder Judiciário é o Estado. Ele é que tem o direito de punir. Todos têm o direito de defesa, ninguém pode ser punido em um julgamento sumário e tomar pancada”, pontuou o delegado.
 
O roubo de veículos, conforme Gustavo, é uma das formas do grupo de se manter financeiramente, podendo assim perpetuar no comando da região. Todos os membros identificados até o momento têm passagens por tráfico, roubo e porte ilegal de arma de fogo. Não há indícios de que policiais possam estar envolvidos.
 
O terror imposto dentro da região é uma forma da milícia de dificultar possíveis investigações, fazendo com que testemunhas não apareçam e que o trabalho policial fique ainda mais complicado.
 
Os dois envolvidos no latrocínio foram presos em Várzea Grande. Já os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residência de Cuiabá e da cidade vizinha.
 
“O evento morte que ocorreu no latrocínio foi resultado da reação da vítima, não era algo planejado. Foram dois disparos de arma de fogo, que infelizmente tiraram a vida do segurança”, explicou o delegado. As investigações continuam para identificar outros envolvidos no grupo.
 
Por fim, o delegado pontua que a “intenção [da operação] é não deixar que este grupo se articule mais, de modo que o Estado atue. Nos fazemos presentes através destas operações. A polícia é que precisa garantir a ordem pública”.
 
Operação
 
A Polícia Judiciária Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (28), a 'Operação Medianeira', com o objetivo de cumprir dez mandados de prisão e de busca e apreensão para esclarecimento de um latrocínio ocorrido no último mês de abril, na Capital.
 
O inquérito policial instaurado na Derrfva investiga as circunstâncias do roubo seguido de morte ocorrido no dia 24 de abril deste ano, na Rodovia dos Imigrantes, em Cuiabá, que vitimou João Batista da Silva.
 
Até o momento, o caso foi o único latrocínio registrado na região metropolitana no ano de 2020.
 
O caso
 
João Batista da Silva foi morto durante o roubo a uma mecânica, localizada no bairro Distrito Industrial, em Cuiabá, ao tentar fugir correndo dos ladrões e entrar em luta corporal com um deles.
 
O assalto ocorreu por volta das 21h30, quando cinco homens chegaram à oficina mecânica com o rosto coberto com camisetas amarradas. Rapidamente eles renderam um homem.
 
O irmão da vítima se aproximou para saber o que estava acontecendo e também acabou sendo mantido em cárcere pelos criminosos.
 
De longe, o segurança percebeu o crime e tentou correr. Porém, um dos suspeitos o alcançou e os dois entraram em luta corporal. Durante a briga, os criminoso atirou diversas vezes contra João, que acabou atingido.
 
O segurança ainda tentou sacar sua arma, mas sem sucesso. Ele foi encontrado caído do lado de fora da oficina.
 
Depois do crime, os bandidos fugiram sentido ao trevo da Polícia Rodoviária Estadual levando uma corrente, carteira, celular e um veículo Ônix.
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