A partir de fevereiro, as comissões da Assembleia Legislativa passam por uma repaginação e com isso os deputados podem se credenciar para comandar os grupos de trabalho que avaliam os projetos antes de eles irem ao plenário. Uma das mais visadas é a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), que é considerada, junto com a Comissão de Orçamento, a mais importante dentro do parlamento.
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Nos dois últimos anos, o comandante da comissão foi o também líder do governo, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM). Pensando em fazer um equilíbrio dentro da Casa de Leis, o deputado Allan Kardec (PDT), que faz parte do bloco Resistência Democrática, é candidato a comandar a Comissão.
Em entrevista ao
Olhar Direto, Kardec, que saiu da Secretaria de Esporte e Cultura para votar em prol do servidor público na reforma da Previdência, disse que está preparado e em seu melhor momento, por isso pretende ser presidente da CCJR.
"Quero disputar a CCJR, estou preparado, vou me dedicar ao parlamento e sei que estou em meu melhor momento. Quero voltar à Comissão de Educação e também vou disputar a CCJR. Estou preparado para ampliar espaços dentro da Casa", comentou o deputado.
Segundo Kardec, Dilmar faz bem o papel de líder e inclusive deve permanecer no cargo, mas é necessário haver mudanças, principalmente para que o governo passe a entender que a Assembleia Legislativa não é um aparelho subserviente do Palácio Paiaguás.
"Olha que o Dilmar é bom líder, mas ter a principal comissão, a presidência da Casa e a liderança do governo, tudo para o DEM, não é bom. Acho que dá para fazer um equilíbrio de forças e por isso vou disputar. Nosso bloco indica dois representantes para cada comissão e hoje somos maior que o bloco do governo. O governo, se tiver uma assembleia, subserviente que aceita tudo, isso não fica bom", avalia Allan.
Por enquanto, o deputado Dilmar Dal Bosco não respondeu sobre deixar a comissão e declarou que a permanência na liderança do governo não depende dele. "A decisão sobre a liderança do governo depende do governador. Estou trabalhando", afirmou.