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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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​Acusada de furto

Cliente denuncia racismo na Riachuelo: ‘não vou deixar passar porque não quero que aconteça com meus netos’

Foto: Reprodução / Google

Cliente denuncia racismo na Riachuelo: ‘não vou deixar passar porque não quero que aconteça com meus netos’
Uma cliente das Lojas Riachuelo, da Avenida Getúlio Vargas em Cuiabá, registrou um boletim de ocorrências contra funcionários após ter sofrido racismo. Conceição Aparecida Brandão denunciou que foi acusada de tentar furtar um item, porém sem quaisquer provas. Ela disse que após a humilhação que sofreu decidiu ir atrás de seus direitos, para que o mesmo não aconteça com seus netos.

 
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A vítima contou que na segunda-feira (11) decidiu passar na loja após sair do trabalho, por volta das 18h20. Ela olhou algumas peças, experimentou outras e depois passou na sessão de perfumaria, pois pensava em comprar um batom. No entanto, ela pegou seu celular para olhar as horas e viu que estava próximo do horário de fechamento da loja, e por isso desistiu da compra, pois teria que experimentar e isso poderia demorar.
 
Conceição então passou pela sessão de toalhas e pegou duas, que decidiu comprar. No entanto, ela foi abordada por uma funcionária da loja, que lhe disse “a senhora vai levar o que pegou?”, e ela disse que iria levar a toalha. A funcionária então teria dito “não, estou perguntando se a senhora vai levar o que colocou na bolsa”.
 
A vítima abriu sua bolsa para a vendedora olhar e ela verificou que, de fato, nenhum item da loja havia sido colocado ali. De acordo com o boletim de ocorrências, a funcionária afirmou que um rapaz, que também trabalha na loja, disse que a vítima teria pegado um item prateado e colocado na bolsa.
 
A funcionária então apontou o rapaz que teria feito a acusação e Conceição decidiu ir até ele. Ela questionou o funcionário, que reafirmou que viu ela colocando um objeto prateado na bolsa, mas ela disse que não havia furtado qualquer item e abriu sua bolsa, para que ele também olhasse.
 
“Eu abri a minha bolsa e peguei meu celular prateado e perguntei ‘foi isso que você viu eu colocar na bolsa?’, aí ele ficou meio desconcertado. Eu fiquei muito nervosa, comecei a tremer, porque eu nunca tinha passado por uma situação dessa, porque todo mundo que estava na loja viu, ficaram olhando. Eu ainda falei pra ele ‘você sabe que está agindo errado né?’, mas ele então colocou a mão no queixo e disse ‘é só a minha opinião’”.
 
A vítima continuou dizendo que ele estava errado, que não deveria tratar as pessoas daquela maneira, mas o funcionário novamente apenas disse “é só a minha opinião, é só o que eu acho”. Conceição contou que ficou muito abalada e foi para casa.
 
“Eu cheguei em casa e fiquei muito mal. Eu me senti humilhada, constrangida, fiquei com vergonha, quando cheguei em casa eu pensei ‘eu estou com vergonha de que? Por que eu estou com vergonha?’, então isso me motivou a voltar lá e esclarecer as coisas, porque ninguém merece ser humilhado desse jeito”.
 
Ela decidiu voltar à loja no dia seguinte e confrontou novamente o funcionário, pedindo para falar com a gerência. O rapaz então disse que o gerente estava de férias, mas a vítima exigiu a presença de algum responsável.
 
Conforme o boletim de ocorrências, uma funcionária foi chamada e ouviu o relato, pedindo desculpas depois em nome da loja. Conceição, porém, decidiu seguir em frente com a denúncia.
 
“Eu falei que até aceitava as desculpas, mas não iria deixar passar, porque não quero que aconteça com meus netos, com os filhos dos meus netos, porque infelizmente eu acho que este tipo de situação vai demorar muito ainda para acabar. Eu passei por isso, tenho certeza que vou passar por muitas outras situações assim, e todas as vezes que acontecer eu não vou deixar passar, porque as pessoas precisam entender que todo mundo merece respeito”.
 
Conceição afirmou que já havia passado por situações em que ouviu indiretas, insinuações, mas nunca sofreu preconceito desta maneira. Ela disse que foi encorajada por sua chefe a registrar o boletim de ocorrências. Além disso, afirmou que recebeu apoio de um amigo, Orgalino Sabino. Ela espera que seu caso sirva de exemplo para que outras pessoas não passem pela mesma coisa.
 
“Quem passar por isso não pode abaixar a cabeça, não pode pensar ‘deixa para lá porque vai dar muito problema’. Não estou indo atrás para causar, dar polêmica, estou indo atrás para que não aconteça mais, ninguém pode julgar outra pessoa pela aparência, não importa, ainda que eu tivesse colocado algum item na minha bolsa, eu ainda estava dentro da loja comprando, não tinha saído com nada, então eu não quero que ninguém mais passe pelo que eu passei”, disse.
 
 
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