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Quarta-feira, 09 de outubro de 2024

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SECA NO PANTANAL

Ribeirinho conta que Baía de Chacororé começou a secar em março de 2020: 'dá para andar a pé'

Foto: Rogério Florentino Pereira/ OD

Domingos Dias de Araújo vive na Baía de Chacororé há 70  anos

Domingos Dias de Araújo vive na Baía de Chacororé há 70 anos

A seca severa na Baía de Chacororé, em Barão de Melgaço, no Pantanal de Mato Grosso, é sentida desde o final do mês de março de 2020, conforme moradores, ribeirinhos e políticos, que estiveram nesta quinta-feira (14) no local. Quem é criado na região, chora por conta do descaso com a natureza. 


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Conforme o sitiante Domingos Dias de Araújo, que nasceu e vive na Baía de Chacororé há 70 anos, a seca severa começou quando começaram a abrir uma passagem sobre o Rio Chacororé e isso fez com que o corixo não conseguisse mais abastecer com água do Rio Cuiabá o restante da baía, e isso fez com que faltasse água em toda região.



“Lá é uma barragem de terra. A barragem começou a ser feita em 2009. Por falta de manutenção o povo foi abrindo para passar barco e a água foi sumindo e está nessa situação em que você está vendo. Do final de março pra cá, dá para andar a pé aqui. Aqui deveria estar com água até na cerca, mas você está vendo que está seco, seco”, disse o morador.


Domingos confirmou que o local é o berçário de peixe, mas por conta da falta de água e das vazantes trancadas por conta das represas, o rio não é capaz de abastecer as represas.

“O motivo disso aqui é que trancaram as passagens. O rio secou, infelizmente.  Morreu muito peixe. Lá em Sinhá Mariana, tem água, mas tá raso. Lá tem água do Rio Mutum, que não tem barragem. Aqui é necessário de água do Rio Cuiabá. Mas, tem aceiro e isso faz com seque e já secou. Se não fazer nada, vai ter nem mato em breve”, afirmou.


A prefeita Margareth de Munil, do município de Barão de Melgaço, chorou ao discursar durante o evento na baía. Ela disse que a cidade está esquecida e precisa de ajuda, pois além da área urbana, o município vai virar destaque no mundo por perder a natureza e descaso total com o Pantanal.

“Nós precisamos unir forças. Nós pantaneiros precisam de apoio. Olha nosso Pantanal. Imagina na época da seca. Nosso município precisa e depende de repasse. Não temos arrecadação própria. Senão, além de falar mal da cidade, vão falar mal do Pantanal. Estamos perdendo essa riqueza da natureza. Me desculpe pela emoção, mas o coração falou mais alto”, comentou a prefeita.

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