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Sábado, 20 de abril de 2024

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Kardec e Avallone divergem sobre responsabilidade de usinas na seca do Pantanal

Foto: Ahmad Jarrah - Da Assessoria

Kardec e Avallone divergem sobre responsabilidade de usinas na seca do Pantanal
Os deputados estaduais Allan Kardec (PDT) e Carlos Avalone (PSDB) travaram uma verdadeira batalha quanto ao motivo da seca na Baía de Chacororé, localizada em Barão de Melgaço, no Pantanal de Mato Grosso. O debate foi em discussão técnica feita na Comissão de Meio Ambiente, durante audiência extraordinária na Assembleia Legislativa realizada na semana passada.


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Na visão de Kardec, construções de usinas hidrelétricas e a retenção hídrica da barragem de Manso são fatores que causam 50% do motivo da transformação da baía em pasto. Os outros 50% envolvem falta de chuva e "mão humana", que destrói o meio ambiente, fazendo fechamento de corixos, mudando o curso dos rios e fechando os canais de passagens que fazem a baía se manter alagada. 

Já Avallone acredita que a questão do Manso não é o motivo principal da seca. Segundo o parlamentar, o Lago de Manso, em Chapada dos Guimarães, que é o ponto da usina que controla o volume do Rio Cuiabá, para evitar enchentes ou secas devastadoras, está mais baixo que o próprio Rio Cuiabá, que é a principal afluente que abastece a Baía de Chacororé. 

"Toda vez que acontece uma seca no Pantanal, culpam o Manso. Manso não é o problema. Lá está mais baixo que o próprio Rio Cuiabá. A usina de Manso é feita para gerar energia e manter o Rio Cuiabá num nível que não cause enchente e nem secas", disse o parlamentar, que é presidente da Comissão de Meio Ambiente. 

Kardec divergiu do colega. "Discordo do Avalone, mas respeito. Já encomendei um estudo sobre a retenção hídrica da barragem de Manso e o quanto de energia produzem. Hoje já temos outro passo do Manso, que é o espaço imobiliário e de lazer, mas o que precisamos é subir o nível do Rio Cuiabá para banhar a baía. Nós só vimos a ponta do iceberg, agora é descobrir as razões porque a baía se tornou um pasto. Quem é responsável por isso? Sema, Sinfra, as duas prefeituras (Leverger e Barão de Melgaço) e Assembleia Leguislativa? Precisamos saber quem é o culpado", disse o deputado. 

Allan ainda criticou a forma de fazer energia usando recursos hídricos, principalmente em Mato Grosso, que, segundo ele, tem potencial para ser o estado com maior índice de produção de energia fotovoltaica.

"Sou resistente à produção de energia via água. Aqui temos um sol para cada, porque insistir nas PCHs? Vou apresentar pra Sema um projeto para coibir isso. Existem construção que não tem barragens e são tubos. Mesmo assim sou resistente. Temos que virar essa página. Temos que reavaliar sobre as usinas que degradam a natureza". 

Já Avallone nega que tenha PCH no Rio Cuiabá, mas admite estudos. "No Rio Cuiabá não tem PCH. Existem estudos, mas usinas não tem", concluiu o deputado. 

Kardec disse que depois que resolver a questão da Baía de Chacororé, a luta dele será em Sinop. "Eu pedi para fazer uma visita in loco em Sinop. Ano passado vimos a quarta mortandade de peixes da região. Aqui vai novamente uma crítica aos montadores de PCHs. Não podemos passar pano. Tá errado e tem que pagar por isso. Infelizmente o primeiro repovoamento de peixes lá foi só de botoado e cascudo. Isso tá errado. A degradação de meio ambiente começa na busca pela energia através de hidrelétrica, por isso sou contra", concluiu. 

Nos próximos dias a Secretaria de Meio Ambiente deve responder o ofício sobre a Baía de Chacororé e também sobre  a montagem de PCHs em trechos que passam o Rio Cuiabá.
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