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Assistente social diz que famílias tentavam assinar termos para ver mortos pela Covid

24 Jan 2021 - 11:42

Da Redação - Isabela Mercuri / Do local - Max Aguiar

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Assistente social diz que famílias tentavam assinar termos para ver mortos pela Covid
Uma das primeiras a serem vacinadas contra a Covid-19 em Cuiabá, a assistente social Jakelyne Taiane de Arruda Soares passou por momentos muito difíceis no último ano, enquanto atuou na linha de frente de enfrentamento à pandemia no Hospital São Benedito. Dentre as situações mais complicadas estiveram lidar com pessoas pedindo vagas quando a unidade estava superlotada, e com familiares sugerindo assinar termos para ver seus parentes mortos pela doença.


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“Nós recebemos inúmeras famílias tanto pedindo por vagas, em desespero por ver um ente precisando de um suporte e não encontrar vaga, devido à superlotação em todas as unidades de Cuiabá e acredito que Mato Grosso como um todo. E também inúmeras famílias em desespero, no anseio de saber notícias de seus familiares, porque por ser uma doença altamente contagiosa e os pacientes ficam isolados, existe um desespero muito grande por parte das famílias e saber maiores detalhes, querer ver o ente querido”, lembra.

“Foram inúmeros casos de famílias em desespero com a notícia do óbito, por querer muito ver, chegar a propor assinar termo se responsabilizando se se contaminasse, e aquele desespero e a gente ter que acalentar e tentar, de alguma forma, minimizar o sofrimento dessas famílias. Não foi fácil. Não tem sido”, completou a profissional.

Segundo Jakelyne, o serviço social do hospital trabalhou junto aos profissionais de psicologia na tentativa de minimizar o sofrimento das pessoas. Uma das alternativas encontradas por eles foram as visitas virtuais. “A equipe de psicologia executa a videochamada e nós do social ficamos mais na parte do envio dos boletins, atender às famílias, aos anseios, as dúvidas com relação ao quadro clínico do paciente, fazer essa intermediação entre equipe médica de enfermagem com a família. Então a gente está trabalhando bastante em consonância”, afirmou.

A assistente social ainda fez um apelo para que a população continue se cuidando. “Desejamos que a população se conscientize. A chegada da vacina não é a solução de todos os problemas, não significa que acabou a pandemia. Não. Nós precisamos continuar tomando as devidas medidas de biossegurança para que nós não venhamos a passar novamente pelo que nós passamos no início da pandemia. Pessoas necessitando de leitos, não encontrando, pessoas morrendo em filas de unidade UPA, policlínica, por falta de leito. Então nós pedimos encarecidamente para a população que se conscientize e tome as devidas medidas de biossegurança, uso de máscara, distanciamento, que é muito importante. A gente ainda não saiu da pandemia. A vacina é uma luz no fim do túnel, mas não significa que já acabou a pandemia”, alertou.
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