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Opinião dividida

Cuiabanos veem vacina com esperança, mas minoria segue desconfiada: ‘o presidente mesmo não toma’

24 Jan 2021 - 14:01

Especial para o Olhar Direto - Michael Esquer

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Igor foi o único que disse que não quer tomar vacina, em suas palavras, porque o próprio presidente não tomou

Igor foi o único que disse que não quer tomar vacina, em suas palavras, porque o próprio presidente não tomou

Enquanto uma pequena parcela da população brasileira, em grande parte influenciada pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro, continua relutante ao plano de imunização nacional contra o novo coronavírus (Covid-19), no coração da capital mato-grossense a sensação é de alivio para a maior parte dos cuiabanos entrevistados pelo Olhar Direto.


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Em Mato Grosso,até  sábado (23), foram registrados 207.747 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, sendo 4.954 mortes. No país todo, são mais de 8,6 milhões de casos e 211 mil mortes.

Nesse cenário, a estudante de engenharia civil, Mirella Rafaelly, 24, acredita que o inicio da imunização representa a esperança de dias melhores. “Eu acho que veio em boa hora, porque os casos só tão aumentando e o povo não tá se cuidando. É uma forma da população abrir o olho e ver o que realmente tá ai, pra gente se cuidar mais, e se deus quiser vai dar certo”, disse a jovem ao Olhar Direto.

Mirella (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

A afirmação complementa a opinião do administrador Marcio Benedito da Silva, 38, que também enxerga a largada da vacinação em território nacional como otimismo. “É o que a gente tá precisando nesse momento que tá todo mundo nessa agonia que não sabe nem como é que vai ficar a situação, pra mim eu vejo como um ponto positivo”.

Marcio Benedito é otimista (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Enquanto o processo que lança luz sobre a corrida contra o avanço da pandemia pelo mundo caminha para o quarto dia no Brasil, ainda existem aqueles que, apesar de representarem a menor parte da população - apenas 16% da população brasileira segundo o último senso Poder Data -, recusam a iniciativa do imunizante.

Igor Rodrigues da Silva, 24, por exemplo faz parte dessa parcela que diz que não pretende tomar a vacina. “Eu não tomo não, já que o presidente mesmo não toma eu não tomo. A questão é o medo de passar pra algum parente o vírus e além disso ela é da China”.

Afirmação contrária à de Edivanir Gomes Cardoso, 51, que também enxerga no processo de imunização a volta da normalidade. “Já tô doida pra tomar, só não tô tomando ainda porque tô sem tempo. Eu acho uma boa ideia, porque vai diminuir a matança, com certeza, e até botar o povo pra trabalhar, tá todo mundo dentro de casa, daí o povo volta a trabalhar, estudar”.

Edivanir disse que ainda não tomou a vacina porque está "sem tempo" (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Entre os entrevistados, Valberson Silva, 56, compara a porcentagem de eficácia global da vacina que está sendo aplicada no Brasil, a Coronavac com 50,4%, com as vacinas contra o coronavírus de outros laboratórios, que chegaram a atingir a casa dos 90% para justificar a sua incerteza sobre se vacinar ou não.

Valberson disse que vai 'esperar os resultados' (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

“Podia ser uma vacina melhor, mas como houve toda essa politização da vacina acabamos ficando com a pior. Eu vou aguardar o resultado do que que acontece, o que não acontece, existe muita especulação sobre as coisas e a informação não chega até a gente, diante disso aí eu vou aguardar”, revela.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que, diante da situação de descontrole da pandemia que é enfrentada por diversos países, incluindo o Brasil, a vacinação e a redução do número de doentes em uma taxa de 50% já é um número importante para reduzir o número de doentes e o suficiente para a aprovação por órgãos reguladores.

A Coronavac, colaboração entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac, concluiu no final do ano passado a fase 3 dos testes no Brasil. Na última semana a Anvisa atestou e aprovou a vacina para uso emergencial no Brasil. A eficácia do imunizante alcançou 100% para casos graves e moderados, 78% para casos leves e 50,4% de eficácia global, ou seja, daqueles que se vacinam, o risco de adoecer pela covid-19 é de 50,4% menor.

Em Mato Grosso, desde segunda-feira (18) o governo estadual conta com mais de 125 mil doses do imunizante que irão contemplar trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente contra o vírus,e indígenas aldeados de todo o estado durante o primeiro ciclo de vacinação.

Considerando as duas doses que devem ser aplicadas por pessoas, para atingir o pico de eficácia das vacinas contra o novo coronavírus, a Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) estima realizar a vacinação em cerca de 60 mil pessoas. A capital mato-grossense conta com 8.027 doses apenas para a primeira aplicação.
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