O terreno alvo de buscas da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na região do Parque do Lago, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), onde estariam enterrados os corpos de pelo menos três pessoas, também seria utilizado como o tribunal do crime. Diversos vestígios foram encontradas pelos arredores, mas o paradeiro das supostas vítimas ainda segue um mistério.
"É uma área onde nós sabemos que os criminosos utilizam tanto para praticar os denominados ‘salves’ [sessões de espancamento], como também para esconder material ilícito. Na semana passada, localizamos um corpo na região, assim também como no ano passado. Temos suspeita e informações de que existem mais restos mortais enterrados", pontuou em entrevista exclusiva ao Olhar Direto o delegado titular da DHPP, Fausto Freitas.
Relatos colhidos pela reportagem no local apontam para diversas execuções que teriam acontecido ao longo do tempo.
"Durante a noite, o movimento aqui na região é bastante grande. A gente escuta e vê passando carro, moto, caminhonete nessa região. São comuns os gritos de socorro, barulhos de tiro", disse uma pessoa que preferiu não se identificar.
A Polícia Civil encontrou um local limpo, em meio a mata fechada, que serviria como o tribunal do crime. No ponto, embaixo de uma grande árvore, existe até uma espécie de banco improvisado.
"Suspeitamos que seja um local onde tenham sido praticados estes denominados tribunais do crime, onde os próprios criminosos fazem o ‘julgamento’ e ‘executam’ penas. Localizamos esta área aberta com alguns vestígios que nos chamaram atenção, como: pneus queimados, pedaços de barbante, cordas e amarras, o que indica que tenha havido alguma espécie de crime violento", comentou o titular da DHPP.
Porém, após horas de buscas, realizadas pela equipe da DHPP, Núcleo de Pessoas Desaparecidas e o Corpo de Bombeiros, junto com um cão especializado em procura por cadáveres, nenhum resto mortal foi localizado.
"Fizemos uma grande operação para tentar localizar pontos de interesse, mas até o momento, não conseguimos achar o local exato. Novas diligências serão feitas, até que consigamos efetivamente encontrar onde as supostas vítimas estariam enterradas", explica o delegado.
Em meio ao mato, havia apenas algumas camisas e blusas, sendo pelo menos uma delas com marcas aparentes de tiros e também pedaços de cordas.
"É muito importante que a população entenda e contribua com o trabalho da polícia. Estamos fazendo um trabalho para todos cidadãos de bem. Hoje é o familiar de alguém que morreu, amanhã pode ser um nosso. A população é o olho da polícia, neste caso específico, pedimos que entre em contato com a Delegacia de Homicídios, para que possa nos ajudar a chegar ao paradeiro destes corpos", finalizou Fausto Freitas.
Estiveram no local os delegados: Fausto Freitas, Marcel Oliveira e Caio Fernando Alvares de Albuquerque.
Veja o trajeto feito até chegar ao local em que aconteceria o tribunal do crime:
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