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Terça-feira, 19 de março de 2024

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Cirurgião que operou vendedora morta após plástica em Cuiabá responde a processo por erro médico

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Cirurgião que operou vendedora morta após plástica em Cuiabá responde a processo por erro médico
O médico Alexandre Veloso, que operou a vendedora de veículos Keitiane Eliza da SIlva, de 27 anos, morta na quarta-feira (14), em Cuiabá, responde a uma ação de indenização por dano material, moral e estético, por conta de um procedimento realizado no interior de São Paulo.

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A paciente em questão afirma que foi atendida por Alexandre e passou por um raio-x que apontou rompimento no tendão. O tratamento seria cirúrgico e foi realizado por José Valdiney e assistência de Alexandre, que à época era residente. No entanto, depois disso, a paciente não conseguia movimentar o dedo operado. Ela ainda recorreu a fisioterapia, mas não adiantou.

“Disse que nesta última cirurgia os réus deixaram seu tendão exposto por cinco meses o que ocasionou a ressecamento e atrofiação do nervo e a perda dos movimentos da mão inteira. Contou que ao todo foram seis cirurgias comandadas pelos réus, e que sem ver melhora procurou outro especialista qual identificou a patologia, realizando mais uma cirurgia, advertindo que a perda do movimento de sua mão, com o tempo, seria completa, haja vista que sua mão se parecia com a de um gancho”, diz trecho da ação cível por erro médico, que é de acesso público.

A paciente afirmou que encontrava dificuldades para vestir roupa, que teve mais de 180 faltas no trabalho por conta do afastamento, o que levou ao não recebimento de seu ticket alimentação, abatimento considerável em sua remuneração. Ainda conforme ela, possui dificuldades ao dirigir, sente dores físicas, está abalada psicologicamente, qual faz acompanhamento psicológico.

A paciente pleiteou a condenação dos médicos ao pagamento de em R$ 1.800,00 de danos materiais, R$ 150.000,00 de danos morais e R$ 50.000,00 de danos estéticos.

Ambos médicos contestam a ação. Alexandre alegou que fazia plantão no hospital e que a paciente deu entrada por conta de uma queda com muita dor. “Na primeira semana a autora desobedeceu às ordens médicas e retirou a imobilização posta, prejudicando a recuperação. Arguiu que a conduta foi realizada de acordo com a literatura médica e que a perda funcional da mão se deu em pós operatório mal realizado. Alegou que o dano apresentado é iatrogênico (conhecido pela literatura médica), qual seja, previsível, mas não em decorrência de erro médico. Impugnou culpa subjetiva dizendo que sua responsabilidade é de meio, e que não realizou ato que ferisse a honra subjetiva da parte autora”, justifica Veloso.

O processo tramita desde junho de 2019 na 4ª Vara Civil de São José do Rio Preto. A última atualização ocorreu em outubro do ano passado com pedido de uma perícia.

A respeito da ação de indenização por dano moral em São José do Rio Preto, a assessoria jurídica do médico Alexandre Veloso reiterou o depoimento do profissional à época dos fatos, em 2018. Alexandre Veloso era assistente do profissional responsável.

 
Caso em Cuiabá
 
A vendedora de veículos Keitiane Eliza da SIlva, de 27 anos, faleceu depois de passar por uma cirurgia plástica no Valore Day Hospital, localizado no bairro Santa Rosa, em Cuiabá. 
 
A jovem foi submetida na terça-feira (13) a lipoescultura com enxerto de gordura em glúteo, abdominoplastia e correção de uma cicatriz na mama, fruto de procedimento cirurgico anterior não realizado pelo médico Alexandre Veloso. O procedimento aconteceu das 8h às 14h. Depois disso, ela foi levada ao quarto.

A paciente se queixou de falta de ar às 19h e foi assistida pela equipe da clínica. O médico de plantão solicitou os exames, que não mostraram alterações no quadro clínico. Às 20h, o médico Alexandre Veloso esteve com a jovem e relata que ela não apresentou mais falta de ar, e os parâmetros vitais permaneceram estáveis.

Por volta da meia noite desta quarta-feira (14), a jovem apresentou instabilidade em seu quadro e teve uma parada cardíaca e foi transferência para uma Unidade Intensiva de Saúde (UTI) no Hospital Santa Rosa, onde faleceu. 

O Valore Day Hospital foi aberto em outubro de 2018 e é específico para a realização de cirurgias eletivas, ou seja, as que não são de urgência. O médico Alexandre Veloso manifestou-se sobre o caso por meio de nota oficial assinada pelo advogado Rony de Abreu Munhoz. Veja abaixo na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Assessoria Jurídica do Médico Cirurgião Plástico Alexandre Veloso vem a público manifestar que:

1. Realizou com rigor e à risca todos os procedimentos padrões de praxe pré-operatório para que a cirurgia plástica na paciente K. E. S. pudesse ser realizada com segurança;

2. Em pré-consulta com médicos anestesista e cardiologista, a paciente realizou todos os exames necessários e os mesmos não apresentaram nenhuma anormalidade. Portanto, a paciente estava apta ao procedimento e, assim, foi liberada para realizá-lo;

3. Os procedimentos cirúrgicos realizados foram: lipoescultura com enxerto de gordura em glúteo, abdominoplastia e correção de uma cicatriz na mama (decorrência de outro procedimento médico não realizado pelo doutor Alexandre Veloso);

4. A cirurgia da paciente foi realizada das 8h às 14h desta terça-feira (13.04). Após este horário, ela foi levada ao quarto e apresentou boa recuperação;

5. Às 19h, a jovem se queixou de falta de ar e foi imediatamente assistida pela equipe qualificada presente na clínica. O médico de plantão solicitou os exames, que não mostraram nenhuma alteração em seu quadro clínico. Às 20h, o médico Alexandre Veloso esteve com a jovem e a mesma não apresentou mais falta de ar, e os parâmetros vitais permaneceram estáveis;

6. Por volta da meia noite desta quarta-feira (14.04), a jovem apresentou uma instabilidade em seu quadro e teve uma parada cardíaca. A jovem foi imediatamente atendida pela equipe médica;

7. Quando da necessidade de transferência para uma Unidade Intensiva de Saúde (UTI), a jovem recebeu atenção imediata e o médico se prontificou a encaminhá-la ao Hospital Santa Rosa. Lamentavelmente, K. E. S. veio a óbito na data de hoje;

8. Devido ao lamentável fato, a assessoria jurídica do médico Alexandre Veloso informa que disponibilizou assistentes sociais e psicólogas para prestarem atendimento aos familiares da jovem;

9. Vale reforçar que prestou todos os atendimentos necessários e em momento algum se furtou de estar presente e acompanhando a jovem. O profissional também informa que o médico está a inteira disposição dos familiares da jovem e dos órgãos competentes para prestar qualquer esclarecimento.

10. Em nome de todo corpo clínico que participou deste procedimento e dos que fizeram o atendimento posterior, principalmente em nome do médico Alexandre Veloso, a assessoria jurídica esclarece que todo procedimento cirúrgico possui risco, mas se coloca à disposição da família, da mídia e protocolos legais na certeza de que cumpriram todos os protocolos de segurança e saúde.

11. Por fim, o médico Alexandre Veloso externa seu mais profundo sentimento de pesar.

Rony de Abreu Munhoz
Assessoria jurídica
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