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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Cirurgião só após perícia

Equipe médica que atendeu vendedora morta após cirurgia plástica será ouvida nesta semana

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto/Reprodução

Equipe médica que atendeu vendedora morta após cirurgia plástica será ouvida nesta semana
A equipe médica que atendeu a vendedora de veículos Keitiane Eliza da Silva, 27 anos, que foi a óbito após passar por quatro procedimentos estéticos, no dia 13 de abril, em Cuiabá, será ouvida nesta semana pela delegada Luciani Barros Pereira de Lima, da 2ª Delegacia de Polícia de Cuiabá, que conduz o inquérito policial. O depoimento do cirurgião Alexandre Veloso deverá ser o último.


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Ao Olhar Direto, a delegada pontuou que nesta semana serão ouvidas as enfermeiras, a médica anestesista e médico que recebeu Keitiane no Hospital Santa Rosa, para onde ela foi levada após seu quadro de saúde piorar.

Os prontuários médicos de Keitiane requisitados aos dois hospitais, onde a paciente realizou as cirurgias estéticas e também à unidade de saúde para onde ela encaminhada a uma UTI e veio a óbito, já foram entregues. Foi determinada ainda uma perícia complementar ao laudo de necrópsia confeccionado pela Politec.

"O médico cirurgião plástico será ouvido somente após a conclusão do laudo complementar solicitado ao Instituto Médico Legal (IML)", explicou a delegada.

Na semana passada (28), a mãe da vítima, Ana Bochnia, foi ouvida. Ao todo, foram cerca de três horas de depoimento, realizadas na 2ª Delegacia de Polícia de Cuiabá. Ana foi a pessoa que acompanhou Keitiane durante todo o procedimento de internação. Na saída, ela preferiu não conversar com a reportagem.

Olhar Direto apurou que, durante o depoimento, a mãe relatou todos os acontecimentos desde o retorno da vendedora do centro cirúrgico até o momento em que apresentou sintomas de desconforto respiratório, palidez cutânea e desfalecimento, sendo posteriormente encaminhada novamente ao centro cirúrgico para reabordagem da cirurgia, com objetivo de localizar o foco do sangramento

Detalhes do laudo

Laudo de necropsia da vendedora, ao qual o Olhar Direto teve acesso, aponta que não foi encontrada nenhuma perfuração ou ruptura nos órgãos da vítima e confirma que a morte se deu por choque hemorrágico. As lesões que haviam no corpo batem com procedimentos realizados no dia e anteriormente ao óbito e também com outro feito para determinar o motivo de sua piora após as plásticas.
 
Ainda segundo o exame feito pela perícia, havia presença de sangue na cavidade que fica no abdômen e na qual está a maioria dos órgãos abdominais. Porém, não foi encontrada nenhuma perfuração ou ruptura nos órgãos da vítima.

O laudo confirma que a morte se deu por choque hemorrágico, causado por instrumento cortante e pontua que não há indícios de que o óbito tenha sido produzido por meio ardiloso ou cruel.

Procedimentos

Os procedimentos cirúrgicos realizados na vendedora foram: lipoescultura com enxerto de gordura em glúteo, abdominoplastia e correção de uma cicatriz na mama, sendo que este último não havia sido feito pelo cirurgião plástico. Toda a cirurgia demorou cerca de seis horas (começou às 08h e terminou às 14h).

“Em pré-consulta com médicos anestesista e cardiologista, a paciente realizou todos os exames necessários e os mesmos não apresentaram nenhuma anormalidade. Portanto, a paciente estava apta ao procedimento e, assim, foi liberada para realizá-lo”, diz trecho da nota encaminhada pelo médico Alexandre Veloso, responsável pelos procedimentos.

A assessoria jurídica afirma ainda que o médico disponibilizou assistentes sociais e psicólogas para prestarem atendimento aos familiares da jovem e reforçou que prestou todos os atendimentos necessários e em momento algum se furtou de estar presente e acompanhando-a.
 
“Em nome de todo corpo clínico que participou deste procedimento e dos que fizeram o atendimento posterior, principalmente em nome do médico Alexandre Veloso, a assessoria jurídica esclarece que todo procedimento cirúrgico possui risco, mas se coloca à disposição da família, da mídia e protocolos legais na certeza de que cumpriram todos os protocolos de segurança e saúde. Por fim, o médico Alexandre Veloso externa seu mais profundo sentimento de pesar”, finaliza a nota.

O caso

A vendedora de veículos Keitiane Eliza da SIlva, de 27 anos, faleceu na madrugada desta terça-feira (13), depois de passar por uma cirurgia plástica no Valore Day Hospital, localizado no bairro Santa Rosa, em Cuiabá. O médico que operou Keitiane se chama Alexandre Veloso.

Por volta da meia noite desta quarta-feira (14), a jovem apresentou instabilidade em seu quadro e teve uma parada cardíaca e foi transferência para uma Unidade Intensiva de Saúde (UTI) no Hospital Santa Rosa, onde faleceu. 

O Valore Day Hospital foi aberto em outubro de 2018 e é específico para a realização de cirurgias eletivas, ou seja, as que não são de urgência. O médico Alexandre Veloso manifestou-se sobre o caso por meio de nota oficial assinada pelo advogado Rony de Abreu Munhoz.
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