O presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Max Russi (PSB), aguarda parecer da Procuradoria do Legislativo para decidir instalar ou não a Comissão de Ética, para apurar possível quebra de decoro do deputado Gilberto Cattani (PSL), que fez publicações homofóbicas em suas redes sociais. De acordo com o chefe do Legislativo, a tendência é que tal comissão seja montada e o parlamentar passe a ser investigado.
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“Encaminhei para a Procuradoria da Casa, que deve emitir parecer nesta semana à Presidência. Com esse parecer nós estaremos montando a Comissão de Ética ou arquivando o encaminhamento da OAB. A tendência é montar”, disse, Max.
Com esse parecer nós estaremos montando a Comissão de Ética ou arquivando o encaminhamento da OAB. A tendência é montar
O pedido de instauração do procedimento contra Cattani foi protocolado pela OAB-MT, que viu indícios de crime de homofobia. Caso o parecer da Procuradoria seja pela possibilidade de abertura da investigação, o presidente leva a questão para o Colégio de Líderes, já que a comissão deve ser montada com indicação dos blocos parlamentares.
“A Comissão de Ética é montada por indicação dos líderes partidários. Cada bloco tem sua representação em números e cada um vai indicar um membro”, explicou Max.
Pedido de desculpas
O presidente da OAB-MT, Leonardo Campos, assina o pedido de instauração da investigação contra o parlamentar, por post nas suas redes sociais em que ironizou as campanhas realizadas no Dia Internacional Contra a LGBTfobia. Além de Leonardo, o pedido é assinado pelo advogado Nelson Freitas Neto, presidente da Comissão da Diversidade Sexual da entidade.
Na semana passada, Cattani reclamou de parte da imprensa e garantiu não ser homofóbico, apesar da publicação que fez, na qual ironizou a luta da comunidade LGBTQIA+, dizendo: “Ser homofóbico é uma escolha. Ser gay também”.
Ao tentar se justificar, disse ter apenas emitido sua opinião baseada na ciência. “Ciência diz o ser humano nasce com cromossomos que o definem se é macho ou fêmea. Gostaria de dizer que a homofobia remete violência e eu não sou um homem violento. Um homossexual é igual a mim em tudo, ele não precisa ter uma comunidade a parte. Quero mandar um recado a quem é homossexual: o deputado Cattani não tem nada contra você, pelo contrário, defenderei sempre como ser humano; você é igual a mim em tudo, tem os mesmos direitos e deveres”.
Vale lembrar que a ciência já realizou diversos estudos sobre a possibilidade de um ‘gene gay’. O mais famoso deles, realizado por pesquisadores das universidades de Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT), aponta que não há um único fator genético que defina se uma pessoa é homossexual, heterossexual ou bissexual.
A pesquisa publicada em 2019 pela revista “Science” diz que, assim como a maioria dos traços de personalidade humanos, também o comportamento sexual de cada pessoa resulta de uma mistura de fatores, tanto genéticos quanto ambientais.
