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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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​#julhosemplastico

No mês de campanha pela redução do uso de plástico, cuiabanos relatam desafios de uma vida sustentável

Foto: Reprodução

No mês de campanha pela redução do uso de plástico, cuiabanos relatam desafios de uma vida sustentável
Neste mês de julho ocorre no mundo todo a campanha #julhosemplastico, que busca incentivar as pessoas a reduzirem o uso do material em seu dia a dia. Visto como um dos maiores vilões para o meio ambiente, o plástico está presente em praticamente em todos os locais que passamos. Algumas pessoas, porém, já buscam a redução do uso de plástico e veem a campanha como uma ótima oportunidade de espalhar a mensagem. Em Cuiabá a iniciativa de se levar uma vida mais sustentável tem se tornado cada vez mais popular. Ao Olhar Direto algumas destas pessoas falaram sobre as dificuldades de se retirar o plástico da nossa rotina e quais são os primeiros passos para se levar uma vida com mais cuidado ao meio ambiente.

 
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O movimento #julhosemplastico começou no ano de 2011, com uma proposta da Earth Carers Waste Education. Ele ficou bastante popular por fazer um apelo para que as pessoas evitem ao máximo o material descartável durante o mês. Segundo a ONU Meio Ambiente, caso o consumo desenfreado de plástico continuar, em 2050 o mar terá mais plástico do que peixes. No Brasil este problema é sério. Somos o quarto maior produtor de lixo do mundo e só reciclamos cerca de 3% de todo esse material.
 
O empresário André Turoni é proprietário da pousada Araras Eco Lodge, localizada no Pantanal, e já viu de perto o prejuízo que o descarte indevido de lixo pode causar. Segundo ele, na Rodovia Transpantaneira este problema tem sido cada vez menor, pois quem trafega por ali são, em sua maioria, turistas ou pessoas que trabalham com isso, portanto tem mais consciência sobre os cuidados com o meio ambiente. O problema ainda é grande nos rios.
 
“Acho que o mais grave é o lixo que desce pelo rio, porque vem coisas da zona urbana, das casas que estão às margens do Rio Cuiabá, tudo isso contribui com muita sacola plástica, da mesma forma como na cidade de Cuiabá, quando o rio baixa é possível encontrar uma grande quantidade de plástico pendurado nas árvores”, disse.
 
A empresária Bruna Kraeski, que mora em Cuiabá, tem levado uma vida mais sustentável. Segundo Bruna, os maiores empecilhos para uma vida sustentável são as grandes empresas, pois priorizam o lucro no lugar da preservação ambiental, e também, quando se fala de plástico, o fato de que o material está presente em muitos produtos que consumimos.
 
“Tentar remover o plástico 100% da nossa vida é muito complicado, é uma das maiores dificuldades que enfrentamos nessa jornada rumo a uma vida mais sustentável, porque o plástico vai estar tanto em lugares que conseguimos enxergar, mas também em lugares que nem imaginamos, talvez no esmalte que usamos para pintar unha, está no chiclete, então a todo momento nós consumimos o plástico”, disse.
 
No entanto, ela afirma que é possível que cada pessoa contribua. O primeiro passo, recomenda Bruna, é a busca por informação. Segundo ela, quando uma pessoa começa a se informar sobre assuntos relacionados ao meio ambiente, e quando começa a tomar decisões em sua vida, buscando um estilo de vida mais sustentável, isso já funciona como um incentivo às pessoas ao redor.
 
“Enquanto você vai aprendendo, vai fazendo pequenas ações dentro da sua casa, como substituir algum produto, começar a separar as embalagens dos produtos que usar para levar para a reciclagem, vai se conectando a estas instituições, vai fazendo mudanças mais simples até se adaptar”, disse.
 
Para Eliane Jeronimo, também moradora de Cuiabá, a maior dificuldade em manter uma rotina mais sustentável é que nem todas as embalagens são recicláveis, e é importante que as pessoas reparem nisso. O uso de sacolas plásticas, por exemplo, ainda é muito comum. No entanto, ela encara com positividade o trabalho de separar seu lixo.
 
“É muito prazeroso separar o lixo reciclável e orgânico. O lixo reciclável já separo há alguns anos. Ensinei minha mãe a separar o lixo e minha cunhada também separa. Daí eu recolho todo o lixo e levo até um ponto de coleta. O lixo orgânico comecei a separar quando conheci a Origem Compostagem. Me incomodava muito descartar o resíduo orgânico no lixo comum. Contribuir com o meio ambiente é o grande objetivo, reduzir o lixo nos aterros e contaminação no lençol freático. E, aliado a isso contribuímos para emprego e renda das cooperativas e microempreendimento”, disse Eliane.
 
O publicitário Jean Peliciari há anos vem promovendo ações de incentivo e limpeza na natureza. À frente do projeto de educação ambiental Teoria Verde ele, e outros voluntários, já fizeram 109 ações de limpeza e já retiraram cerca de 400 toneladas de lixo do meio ambiente, a maioria de resíduos plásticos. Na pandemia as ações foram suspensas, mas ele continua incentivando as pessoas a mudarem alguns hábitos de consumo. Para Jean o plástico, em si, não é um vilão, o problema é o destino que damos a ele.
 
“O vilão é quem não sabe o que faz com o plástico. O plástico de uso único é sim um grande problema, mas devemos entender que a população que comprou aquela embalagem ou utilizou aquele copo é responsável pela destinação correta. Então olhando para os lados, o nosso mundo é plástico, o nosso computador, o celular, a cadeira, a caneta, tudo tem plástico, então é muita demagogia às vezes falar que o plástico é o maior problema, ele é um problema porque vem do petróleo, que é um recurso que um dia vai acabar então já precisamos pensar em outros formatos de embalagem, porque ele está presente em tudo”.
 
Jean afirma que, na sociedade que vivemos, é impossível se pensar em uma vida sem plástico. No entanto, há muitos hábitos que podem ser mudados para reduzir a utilização do material, como uso de ecobags, abrir mão do uso de copos e talheres descartáveis, comprar produtos com embalagens recicláveis, etc.
 
“O primeiro ponto de uma vida 'lixo zero' é você buscar reduzir o que gera, ter itens no seu dia a dia que são reutilizáveis, você procurar reaproveitar o que dá para reaproveitar, e por último a reciclagem, buscar pontos na cidade onde você consegue encaminhar estes resíduos. [...] Tentar observar no dia a dia a sua geração de resíduos e procurar encaminhá-los corretamente, isso é o básico, não temos coleta seletiva na nossa cidade, mas existem pontos na cidade onde você consegue encaminhar”, disse.
 
De acordo com Alex de Deus, gestor do Centro de Inteligência de Desenvolvimento Sustentável do município, a Prefeitura de Cuiabá tem atuado bastante na questão dos resíduos recicláveis, principalmente o plástico. Uma das vertentes é da conscientização, trazendo informação à população sobre os 5 R’s da sustentabilidade, que são: repensar, recusar, reutilizar, reciclar e reduzir. Caso a pessoa não faça a separação do lixo por materiais, em Cuiabá também é aceita a separação entre lixo seco e lixo úmido.
 
Em 2020 houve em Cuiabá a finalização do Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, para lidar com a questão dos recicláveis. Além disso, Cuiabá foi a primeira cidade da América Latina a utilizar um equipamento de logística reversa eletrônica, como política pública. Em vários pontos da cidade foram colocadas as máquinas “Cuiabá Recicla”, onde garrafas pet, latas de alumínio, embalagens de aço e tetra pak e copos descartáveis são trocados por pontos, que podem ser convertidos em benefícios como créditos para celular e até dinheiro, pelo PagBank.
 
Cuiabá também possui diversos pontos de entrega de lixo reciclável, como vidro, e ainda este ano o prefeito Emanuel Pinheiro irá instalar quatro novos ecopontos na cidade, que são locais que irão receber desde resíduos volumosos, mas também resíduos recicláveis leves e orgânicos. No último dia 29 de junho o prefeito lançou o Centro de Inteligência de Desenvolvimento Sustentável.
 
“Estes quatro ecopontos vão mudar completamente a realidade da cidade de Cuiabá, com relação à sustentabilidade. Vai ter um padrão de comunicação, vai ter contêineres com separação, e também abrigos onde irão funcionar máquinas do Cuiabá Recicla. Sobre o Centro de Inteligência de Desenvolvimento Sustentável, será a primeira vez que o município terá um núcleo para centralizar os projetos e fazer acompanhamento com organizações como a ONU”, disse Alex.
 
Na capital algumas instituições também atuam na reciclagem. A Tampatinhas, o Projeto Lunar, a Central de Reciclagem (CNCM) e a Acarmac são bastante conhecidas pelo trabalho que fazem.
 
Neste momento, as máquinas do Cuiabá Recicla estão nos seguintes locais:
 
1- Terminal Urbano do CPA I;
2- Estação Alencastro;
3- Parque da Família;
4- Parque Tia Nair;
5- Parque das Águas;
6- Lagoa Encantada;
7- Mercado do Porto;
8- Shopping Popular;
9- Pantanal Shopping;  
10- Wantuil de Freitas;
11- Superm. Conquista Boa Esperança;
12- Padaria Moinho.
 
A cidade também possui pontos de coleta de vidro:
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- Praça Alencastro
- Praça da Mandioca
- Praça Caetano Albuquerque
- Praça 8 de Abril
- Praça Ipiranga
- Praça Terra Nova
- Praça da República
- Praça Bispo
- Praça Santos Dumont
- Praça Jardim Cuiabá (Pinheirão)
- Praça Jardim das Américas
- Parque Tia Nair
- Parque da Nascente
- Parque das Águas
- Parque da Família
- Estacionamento Shopping Popular
- Espaço Nassar, Cophema
- Av. das Palmeiras, Jd. Imperial
- Central de Reciclagem, Av. Dr Meirelles, Tijucal.
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