Apesar de ter concorrido ao Governo de Mato Grosso em 2018 na chapa do PT e do PCdoB, o senador Wellington Fagundes (PL) sinalizou aproximação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao participar, na última terça-feira (27), de uma reunião com o presidente. Para o bolsonarista José Medeiros, deputado federal que não foi convidado para o evento, o senador percebeu tarde que Mato Grosso “não gosta de invasores de terra” e nem “nada que o PT representa”: “Eu fiz essa leitura antes do primeiro turno da eleição do presidente, eles só estão conseguindo fazer agora”.

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“Mato Grosso não gosta de invasor de terra, Mato Grosso não gosta de invasor de casa, de propriedade alheia, Mato Grosso não gosta de nada do que o PT representa. Mato Grosso não gosta de desvio de estatais, não gosta de nada do que aconteceu no governo do PT”, disse Medeiros ao Olhar Direto. “E é importante que estejam fazendo essa leitura, porque até então - não estou falando do senador Wellington, mas da grande e esmagadora maioria dos players políticos de Mato Grosso - eles conseguiram ver Bolsonaro como uma aberração política. Eles não viam o conceito Bolsonaro, eles só viam as tiradas do Bolsonaro... a espuma, eles não viam o chope que tinha. Ele é muito forte, então eles têm que observar não o que o Bolsonaro fala, mas o que ele faz”.

Para Medeiros, Wellington e outros políticos perceberam que com a atual situação, Bolsonaro será um nome importante em 2022. “O cara fala, olha... não está roubando estatal, as coisas estão indo, até dezembro [vai estar] todo mundo vacinado, a economia vai bem, a microeconomia vai estar estabilizada... é o que vai acontecer. E lógico, o senador Wellington não é besta. Ele pode ter demorado um pouco devido ao entorno dele, mas ele desconfiou a tempo, falou, opa, o tempo inteiro 60, 70% [de aprovação], o cara não cai, eu vou colar aqui. Não está errado”, afirmou.

Apesar desta aproximação, no entanto, o deputado federal e pré-candidato ao Senado em 2022 não se sente ‘ameaçado’, visto que Wellington também é pré-candidato a reeleição. Para ele, ter adversários faz parte do processo político, e o apoio de Bolsonaro e de seus eleitores a estes outros nomes ainda é incerto.

“Eu não acho ruim que Jayme, que Wellington, que praticamente todos esses caras estejam se achegando mais, porque a gente sofreu para caramba para combater o estatuto do desarmamento, para aprovar para as pessoas terem direito de se defenderem, a galera do Senado era totalmente contra, achando que queríamos armar a população para a guerra, sendo que não era nada disso. Essa mudança é positiva, eu acho positiva, porque aumenta o poder de fogo do presidente”, finalizou.