Alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal em ação que investiga atos contra a democracia, o presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, desqualificou a influencia as do ex-senador Blairo Maggi e do deputado federal Neri Geller, ambos do PP, que criticaram seu envolvimento nos atos em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no próximo dia 7 de Setembro.

Leia também:
Delegado afirma que não recebeu pedido para investigar Emanuel, mas confirma pressões políticas: "lutamos contra o sistema”

Afirmou que apesar de Blairo ser um mega produtor rural, o ex-senador tem o mesmo poder de decisão que outros produtores associados. Quanto a Neri, que projeta disputar vaga no Senado, Galvan declarou que as falas proferidas pelo parlamentar acabam revertendo em votos a eventual candidatura em 2022.


“É mais um associado dentro da entidade. Pode ser um mega produtor, mas é apenas um voto dentro dos 7.500 na Aprosoja Mato Grosso. Não sei por qual motivo gerou essa polêmica, ficou mais de 17 minutos no telefone comigo, pra depois ir aos sites fazer essas declarações. Não sei qual motivação”, disse durante coletiva online na manhã desta quinta-feira (26), um dia após prestar depoimento à Polícia Federal, em Brasília.

De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, Galvan aparece em vídeo na sede da entidade com o cantor sertanejo Sérgio Reis discursando pela mobilização de atos contra a democracia.

Com a repercussão da cena, Blairo se revoltou e afirmou que Galvan fala como se o setor inteiro do agronegócio e da soja assinasse embaixo de suas posições. O ex-senador ainda disse que Galvan pode ter posições pessoais de apoio a Bolsonaro e críticas ao STF. “Mas não pode usar a associação para isso”. Em seguida, Neri concordou com o correligionário, completando que o representante de instituições como a Aprosoja não podem agir com “firulas” para fazer média com o presidente Bolsonaro.

Durante a coletiva, Galvan afirmou que a decisão de apoiar os atos programados para o 7 de setembro foi tomada por meio do consenso entre as 15 Aprosojas estaduais, levando em consideração a opinião da maioria dos associados. Declarou que a instituição defende pautas importantes para os produtores, que passam longe de movimentos extremistas, que promovam quebradeira, invasões ou intervenções.

Por fim, o presidente provocou Blairo e Neri, dando a entender que a opinião dos progressistas não representa a maioria dos produtores do país. Ressaltou que caso os políticos estejam descontentes com sua administração, podem montar uma chapa para tentar comandar a associação em 2023.

“Com dois cabos eleitorais como esses, posso me candidatar a qualquer cargo que vou me eleger. Só basta que eles continuem falando mal de mim, principalmente o Neri, cada fala dele, com certeza, eu tomo mais de mil votos dele. Se tem algum produtor que ainda votava nele, com certeza podem vir todos (para mim). Não levei vaia no evento em Sinop no sábado (21), quando recebemos o ministro Tarcísio de Freitas”, disse, não descartando a possibilidade de disputar algum cargo eletivo no próximo ano.