O deputado federal José Medeiros (PODE) ligou para o grupo de caminhoneiros que estava bloqueando a saída de Cuiabá sentido Rondonópolis nesta quinta-feira (9) e pediu que eles liberassem as vias. O parlamentar bolsonarista agradeceu o ‘trabalho’ dos caminhoneiros, mas argumentou que as consequências econômicas das paralisações acabariam “prejudicando quem eles querem ajudar”.
Odelzo Santana de Moraes, 40 anos, um dos caminhoneiros apontado como porta-voz dos que participaram das manifestações de 7 de setembro, foi quem ouviu a ligação. Ele, no entanto, negou ser líder do movimento e afirmou que ali o único líder era Jesus de Nazaré.
“Mantive contato com lideranças nacionais e locais dos caminhoneiros. Em Mato Grosso, pedimos que os caminhoneiros que estão manifestando na BR-364, na saída de Cuiabá sentido Rondonópolis, liberem a rodovia. Mesmo com a decisão da Justiça determinando a liberação dos 11 pontos com manifestação em Mato Grosso, os caminhoneiros querem manter a paralisação em apoio ao governo Bolsonaro. Em nome do Governo Federal, agradecemos o apoio, o carinho e a lealdade, mas ontem (quarta-feira) o presidente fez um pedido para que as estradas fossem liberadas. Qualquer desabastecimento será debitado nas costas do presidente, principalmente por pessoas que querem o impeachment”, frisou Medeiros na conversa.
O deputado ainda argumentou que os caminhoneiros eram essenciais para a economia do Brasil, e disse que era necessário unir forças para evitar que a inflação cresça, prejudicando principalmente os mais pobres. “O Brasil depende dos caminhoneiros. É uma categoria que tem uma força enorme e um papel importante na economia. Eles foram fundamentais nas manifestações de 7 de setembro e vão nos ajudar nesse momento tão importante para o nosso país. A pandemia já impactou a economia, provocando aumento nos preços. Precisamos dos caminhoneiros para reverter essa situação e contornar essa crise que é mundial”, comentou.
O caminhoneiro Adavilson Azevedo, participante do movimento, disse que a paralisação é uma resposta a atuação antidemocrática do Supremo Tribunal Federal (STF), que vem atuando para desestabilizar o governo Bolsonaro. “Os caminhoneiros estão em estado de alerta em apoio ao presidente Bolsonaro, em defesa da liberdade e pela igualdade entre os Poderes”, disse Azevedo. Ele acrescentou que a previsão é que até o final do dia as rodovias de Mato Grosso sejam liberadas e a paralisação seja suspensa. "Vamos atender o apelo e liberar as rodovias e voltar ao trabalho. Porém, vamos continuar o protesto e vigilantes a tudo que está acontecendo".
Em áudio divulgado nesta quarta-feira (8), Bolsonaro fez um apelo aos caminhoneiros para que colocassem um fim na paralisação. “Bloqueios atrapalham a economia, provocam desabastecimento, inflação, prejudicam todo mundo, em especial os mais pobres. Dá um toque, se possível, para liberar (as rodovias). Para a gente seguir a normalidade. Não é fácil conversar por aqui (em Brasília) com outras autoridades, mas a gente vai fazer nossa parte e buscar uma solução para isso”, disse o presidente na gravação.
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