A meta assumida por Mato Grosso para a descarbonização é mais ambiciosa do que a anunciada pelo próprio governo federal. Enquanto o Estado assumiu o compromisso de chegar em 2030 com 80% da redução de emissões de gases do efeito estufa, o país colocou o índice de apenas 50% no mesmo ano.

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A meta brasileira foi anunciada nesta segunda-feira (1) durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia. Sem a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o país foi representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Já a meta de Mato Grosso, firmada na semana passada, também será apresentada na COP26, pelo governador Mauro Mendes (DEM).

Conforme os planos anunciados, o Brasil tem o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Já Mato Grosso estabeleceu como meta o ano de 2035.

Antes do anúncio de Leite, um vídeo gravado por Bolsonaro foi exibido, no qual ele afirmou que os “bons resultados até 2020 permitiram ao país apresentar ao país apresentar metas climáticas ‘mais ambiciosas’”. O relatório anual do Observatório do Clima, no entanto, indicou aumento de 9,6% em 2019, em relação a 2018, na emissão de gases poluentes. No ano passado, a emissão de gases de efeito estufa teve aumento de 9,5%.

Meta de MT

A meta de descarbonização de Mato Grosso faz parte do Programa Carbono Zero, que representa a adesão do estado à campanha Race to Zero (Corrida para o Zero), criada pelas Nações Unidas.

O Race to Zero é uma campanha global para reunir lideranças com objetivo de alcançar emissões líquidas zero de gases do efeito estufa até 2050, o que deverá limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau.

Para alcançar a meta de neutralizar as emissões de carbono até 2035 em Mato Grosso, o governador assinou o decreto 1.160/2021, que institui o programa Carbono Neutro MT.

As medidas elencadas como importantes para a descarbonização de MT são:  a manutenção do ativo florestal do estado, manejo florestal sustentável, regularização fundiária, melhorias na gestão de áreas protegidas, reflorestamentos comerciais, restauração de florestas, redução do risco de incêndios, manejo sustentável para a produção agropecuária, proteção de vegetação secundária em áreas de desmatamento legal, recuperação de pastagens, integração lavoura-pecuária-floresta, e produção e consumo de biocombustíveis.

As ações serão ajustadas e revisadas constantemente para adequação às inovações tecnológicas e mudanças de conjuntura político-sociais. O decreto também institui o Comitê Gestor do Programa para monitorar os resultados.