O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) virou assunto e foi criticado novamente após, durante a abertura do Invest in Brazil Forum (evento com investidores) em Dubai, dizer que a Amazônia não pegava fogo por ser uma floresta úmida. Para a secretária de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, o capitão da reserva é uma pessoa “peculiar”, mas suas falas também trazem afirmações reais. Segundo ela, muitas vezes parece que o mundo vê o Brasil como uma “bola de fogo”, o que não é verdade.

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“Acho que tem afirmações que ele faz que são afirmações reais, de dados reais do Brasil. Quando ele fala que aqui não é só devastação [é verdade]. Porque o que a gente percebe lá fora é que as pessoas têm uma imagem de que o Brasil é uma bola de fogo no período da queimada, e não é verdade. A gente tem um pequeno percentual do Brasil queimando, assim como outros países do mundo queimam”, disse a secretária ao Olhar Direto nesta terça-feira (16).

Para Mauren, as afirmações de Bolsonaro podem ser reações ao que se diz de forma errônea sobre o Brasil. “[Ele] poderia ter colocado de uma forma um pouco mais tecnicamente correta, mas não dá para falar que é uma inverdade absoluta. A Amazônia não queima inteira. As áreas úmidas não queimam inteiras. A gente tem o fogo associado à atividade antrópica, assim como tem em outros locais do mundo. Mas é óbvio que por ele ser uma pessoa peculiar, de afirmações às vezes muito diretas, isso chama atenção”, completou.

A secretária ainda afirmou que o próprio Estado explicou, durante a COP-26 e para a imprensa de modo geral, que não é todo o estado de Mato Grosso que pega fogo, assim como não é toda a Amazônia que é ameaçada pelas chamas.

“Temos um percentual pequeno do estado que queima e existem diversas ações para combater. Assim como Portugal queima, Austrália queima, até a Rússia queima. O que precisa se entender é que quando ocorre um incêndio, existe uma resposta. O que nós mostramos é que existe uma resposta por parte do estado de Mato Grosso e existe uma resposta por parte do Brasil. Se ela é o suficiente, aí é o que a gente pode tentar melhorar, e para isso existe o investimento”, finalizou.