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Sábado, 20 de abril de 2024

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Superintendente de Assuntos Indígenas defende expansão de projetos de turismo e de agricultura: “Se não fizerem alguma coisa, estão enrolados”

Foto: Reprodução

Superintendente de Assuntos Indígenas defende expansão de projetos de turismo e de agricultura: “Se não fizerem alguma coisa, estão enrolados”
O superintendente de Assuntos Indígenas da Casa Civil de Mato Grosso, Agnaldo Santos, disse que sua administração trabalha para expandir a realização de projetos de turismo e de agricultura entre todas as comunidades indígenas do estado que tenham interesse. Segundo ele explica, os povos originários devem adotar as atividades, que ele considera importantes para a subsistência, caso contrário “estão enrolados”. 


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No início do mês, Agnaldo esteve, junto com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, na aldeia Wazare, do povo Paresi, em Campo Novo do Parecis. Na ocasião, Xavier entregou a carta de anuência que permitiu a realização de atividades turísticas no território indígena, que foi berço do primeiro projeto turístico-cultural indígena de Mato Grosso. 

Além da aldeia Wazare, as aldeias Salto Belo, Rio Sacre, Rio Verde, Rio Papagaio, Salto Belo e aldeia Salto Utiariti contam com rotas turísticas, todas organizadas pelo povo Paresi. O dinheiro arrecadado com passeios diários, intercâmbio cultural e inserção na cultura indígena, conforme conta Agnaldo, é arrecadado integralmente para a comunidade. 

“Nós estamos dando suporte para o que eles precisam, eles precisam de estrutura porque estão começando do zero. No Xingu, os índios já estão fazendo a pesca esportiva, vendem aqueles pacotes, vem o pessoal de São Paulo, do Rio de Janeiro, tudo quanto é local. Depois que passa a piracema, eles fazem a pesca esportiva, sem carregar nada, pega e solta”, disse o superintendente ao Olhar Direto, ao comentar práticas turísticas já realizadas no estado. 

Na sua percepção, porém, nem todas as áreas podem realizar as mesmas atividades, sejam elas turísticas ou agrícolas. Isto devido a degradação ambiental que muitas terras indígenas já sofreram e que desencadearam danos à seus ecossistemas. 

“A pesca no Xingu ainda tem bastante peixe, mas aqui mesmo no Campo Novo dos Parecis, a caça já está escassa, então se os índios não fizerem alguma coisa, para eles se manterem, eles estão enrolados”, disse ele, ao sugerir que as comunidades devem trabalhar com os recursos que tiverem disponíveis. 

Na terra indíngena Sangradouro e Volta Grande, do povo Xavante, localizado entre os municípios de Primavera do Leste e Poxoréu, por exemplo, o Governo do Estado desenvolve desde 2019 o Projeto Independência Indígena com o apoio do Sindicato Rural de Primavera do Leste, associação que reúne grandes produtores de grãos da cidade. 

“[Tem] Xavante que você chega lá os indígenas estão passando fome. Hoje montaram uma cooperativa, já estão plantando 1.200 hectares de milho, arroz, feijão, já está mudando a cara. Em cada aldeia estão fazendo uma roça familiar, uma agricultura familiar, plantando dois hectares de mandioca, batata, inhame, as comidas tradicionais deles, o milho, então tão mudando”, comentou defendendo a iniciativa.  

Indígenas contrários às intervenções da Superintendência 

Sobre comunidades que não apoiam os projetos apoiados pela Superintendência de Assuntos Indígenas, principalmente os de agricultura, como os desenvolvidos com os Xavante e os Paresi, que também manejam o plantio mecanizado, Agnaldo diz que a decisão é individual. 

O superintendente, porém, é incisivo ao dizer que, na sua percepção, o não interesse significa continuar dependendo do apoio do Estado, o que ele avalia como negativo. “A gente vai ajudando até no momento que der com cesta básica, mas vai chegar um dia que vai passar a pandemia e não vai mais ter cesta básica e aí? Essas comunidades vão viver do que?”, questiona. 

Apesar disso, ele argumenta que tem percebido uma boa adesão. Reafirma ainda que o desejo da sua administração é que os indígenas possam aderir às iniciativas, sejam agrícolas ou turísticas. “Eles mesmo estão vindo atrás, porque eles estão vendo os outros com casa boa, com carro bom, filho estudando, então tem assim, aquela inveja boa”.
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