Amigos de Roberto Martins de Melo Junior, morto aos 18 anos pela Polícia Militar, afirmam que a vítima não estava armada, diferente do que apontam os agentes em boletim de ocorrência. O jovem, que tinha dois empregos, faleceu na noite de terça-feira (14), no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá.
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A ocorrência começou quando os policiais apuravam um caso sequestro. No retorno, se depararam com um grupo de motoqueiros, alguns sem capacetes.
Os motociclistas realizavam o que eles chamam de ‘dar grau’. Ou seja, empinam motocicletas em vias pouco movimentadas. A prática é comum entre os moradores da periferia de capital.
Quando os motociclistas viram a viatura, fugiram em alta velocidade, pois muitos deles não tem
Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Para tentar se esconder, Roberto teria entrado em um espaço escuro entre duas casas.
Crédito: Olhar Direto
Teria sido nesse local que ele se deitou ao lado da motocicleta, onde teria sido agredido e posteriormente morto com um tiro na região do peito. Vizinhos, inclusive, relataram que viram policiais espancando uma pessoa nas imediações.
No boletim de ocorrência, os policiais afirmam que ele estava com um revólver calibre, com númeração suprimida, 38 e cinco munições. A arma não foi recolhida pela Polícia Civil nem pelo Instituto Médico Legal (IML). Foram os próprios policiais militares que encaminharam o revólver a sede do 10º Batalhão.
Amigos de Juninho, como era conhecido, afirmam que o rapaz trabalhava durante o dia em uma oficina mecânica e durante a noite como motoboy. A motocicleta Honda CG 150, cor cinza, teria sido comprado pelo patrão da vítima, que parcelou para ele ir pagando aos poucos.
Nas redes sociais, o jovem compartilhava um pouco da paixão por motocicletas. A morte precoce causou comoção.
Outro lado
A Corregedoria Geral da Polícia Militar informa que até o momento não foi formalizada nenhuma denúncia. A Instituição coloca-se à disposição para receber os denunciantes ou, caso não queiram se identificar sugere que denunciem por meio do disque-denúncia da PM – 0800.65.3939 ou pelo seguinte e-mail da Corregedoria: corregedoria@pm.mt.gov.br. A instituição ressalta ainda que está à disposição para receber e formalizar qualquer denúncia e adotar as medidas legais cabíveis de apuração.
Atualizada às 16h17