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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Diminuir período de isolamento sem sistema sólido de testagem e monitoramento é atitude precipitada, explica infectologista

Foto: Reprodução

Diminuir período de isolamento sem sistema sólido de testagem e monitoramento é atitude precipitada, explica infectologista
Diminuir o tempo de isolamento para infectados por Covid-19 sem um sólido sistema nacional de monitoramento e testagem, baseado ainda em suposições de que a variante Omicron é menos agressiva, é uma atitude precipitada. Isto é o que afirma a médica infectologista e pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso, Márcia Hueb. 


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Na última segunda-feira (10), o Ministério da Saúde definiu um novo prazo de isolamento para casos leves e moderados de Covid-19. A partir de agora, o isolamento, que antes era de dez, passará a ter sete dias, desde que o paciente não apresente sintomas respiratórios e febre há pelo menos 24 horas, sem o uso de antitérmico. 

"Testamos muito poucos e monitoramos menos ainda. Nesse caso, talvez, se avançar dizendo que pode se isolar por menos tempo, acho que pode ser precipitado. Hoje, no Brasil, nas condições que nós temos, com poucos testes e com pouco monitoramento, dez dias de isolamento ainda é muito mais seguro”, explicou ao Olhar Direto

De acordo com a infectologista, a decisão da pasta pode estar se baseando no fato de que as infecções pela Ômicron no Brasil têm sido relacionadas a casos mais leves. Isto é, inferiu-se de forma equivocada, conforme Márcia conta, que a variante também possa ser transmitida por menos tempo. 

“Tem estudos já mostrando que com essa variante o paciente transmite mais logo nos dois, três primeiros dias. Mas também já há estudo que mostra que pode ainda ter muita transmissão depois de cinco, seis dias”, relatou. 

Ainda sobre suposições que são feitas a respeito da Ômicron, a médica enfatiza que a ocorrência de quadros leves entre aqueles que são contaminados com a nova variante também pode estar relacionado ao avanço da imunização, e não há uma característica natural da cepa. Ou seja, entre aqueles que não se vacinaram a gravidade pode ser maior. 

Por isso, a pesquisadora enfatiza que o ideal seria testar todos que tiveram contato com um paciente infectado, mesmo os assintomáticos. Além disso, monitorar cada um a partir do início dos sintomas, ou a partir do resultado positivo de um exame de Covid-19.  

“Independente de qual seja a variante, até porque a gente não sabe qual é quando faz um exame de covid, o isolamento de dez dias seria mais prudente porque ele cobriria as formas leves a moderadas, aqueles que não tiveram acesso ao atendimento e ainda mantém alguma transmissão, e mesmo aqueles que não foram testados e muito menos vão fazer testes pra ser liberados”, defende.

Por fim, ela esclarece que entende que quanto menor o período de isolamento mais adequado será, porém, isso apenas se torna seguro em um país equipado com um sólido sistema de testagem e monitoramento: “Se não temos isso, temos que admitir, o ideal seria manter os dez dias mesmo.
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