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Lúdio diz que gigantes do agro deram ‘facada nas costas’ de Dilma e aproximação com PT agora é “cinismo”

08 Fev 2022 - 11:04

Da Redação - Isabela Mercuri / Do local - Max Aguiar

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Lúdio diz que gigantes do agro deram ‘facada nas costas’ de Dilma e aproximação com PT agora é “cinismo”
O início da aproximação de setores do agronegócio ao ex-presidente e pré-candidato à presidência da República Lula não tem agradado nem todos os produtores, nem todos os petistas. O deputado estadual Lúdio Cabral (PT), por exemplo, classificou o movimento como “cinismo” e lembrou que os “gigantes do agro” traíram a presidente Dilma Rousseff em 2016. Para ele, o setor agora quer se aproveitar do potencial eleitoral de Lula, com o objetivo de defender seus interesses econômicos, e o PT não pode cometer os mesmos erros do passado.


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“Os gigantes do agronegócio foram beneficiados pelos governos do PT de 2003 a 2016, todo esse impulso que o agronegócio recebeu no país foi resultado das políticas públicas implementadas nos nossos governos, esse agronegócio chegou a ter ministro da agricultura de Mato Grosso, mas na primeira oportunidade eles traíram o projeto do PT, eles enfiaram a faca nas costas da presidenta Dilma e se aliaram ao projeto de desmonte do país que começou com Temer e prossegue com Bolsonaro. E ainda hoje estão na base do governo Bolsonaro, e agora quererem uma aproximação com o PT para apoiar supostamente a candidatura do Lula é cinismo e oportunismo”, disse o parlamentar, na manhã desta terça-feira (8).

A aproximação de Lula com o agro tem acontecido nas últimas semanas, com reuniões entre Brasília e São Paulo. O argumento de alguns, como Blairo Maggi e Neri Geller, é de que o setor deve conversar com todos os presidenciáveis. Em entrevista ao O Globo, o deputado federal Neri Geller disse que reconhecia os benefícios que o agro teve no Governo Lula e Dilma, mas que ainda estava com Bolsonaro. Já o senador Carlos Fávaro (PSD), na última sexta-feira (4), não descartou a possibilidade de estar com Lula no segundo turno, e fez duras críticas à gestão do atual presidente.

Para Lúdio, o ideal seria o PT criar um palanque, em suas palavras, “legítimo”, em Mato Grosso. Ou seja, com candidatos próprios ao Governo e ao Senado, ou de partidos de esquerda. Essa, no entanto, não parece ser a opinião de todo o partido. Nesta terça-feira (8), a deputada federal Rosa Neide (PT) organizou uma reunião suprapartidária com Lula em São Paulo, e convidou, dentre outros, Neri Geller (que disse que não vai) e o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Max Russi (PSB), que é da base do governador Mauro Mendes (DEM) em Mato Grosso. O argumento de Rosa Neide também é a discussão de um projeto de país e a formação de palanque para Lula no estado do agro.

O deputado estadual, que não irá ao encontro, o entende como uma ‘visita de cortesia’, e preferiu citar apenas os nomes que considera que tem legitimidade de estar ao lado de Lula, como do prefeito de Rondonópolis José Carlos do Pátio (Solidariedade) e do suplente de deputado federal Valternir Pereira (MDB), que votou contra o impeachment de Dilma.

“Agora, a articulação política pra construção do palanque do Lula em Mato Grosso e para construção de um projeto alternativo pra Mato Grosso tem que ser protagonizado pelo Partido dos Trabalhadores em diálogo com as pessoas progressistas aqui, tendo o máximo de cuidado com esses oportunismo de ocasião, daqueles que tem só interesse econômico e usa política pra fortalecer os seus interesses econômicos, então nós temos que ter todo esse cuidado para construção deste palanque é com consistência com segurança para que a campanha do Lula aqui seja uma campanha legítima”, argumentou Lúdio.

O petista defende que o PT não cometa o “mesmo erro” de 2016, e não faça concessões a setores do agronegócio para conseguir apoio. “O que nós defenderemos pra Mato Grosso nessas eleições? Por exemplo, nós temos que revogar essa tal da lei Kandir, que desonera de impostos toda a produção primária do nosso estado. Esse é um debate que nós temos que levar pro programa da de governo do Lula. Nós temos que revogar a reforma previdenciária, revogar a teto de gasto, revogar a tal da deforma trabalhista que foi aprovada. Um programa de governo que fortaleça a agricultura familiar, fortaleça a agroecologia, faça reforma agrária. Essas propostas são propostas que os gigantes do agronegócio não defendem. Então não tem sentido eles estarem na campanha do Lula pra se aproveitar apenas do potencial eleitoral que o Lula tem”, completou Lúdio.
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