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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Em escalada, desmatamento abre mais de 500 km de estradas ilegais na bacia do Rio Xingu em 2021

Foto: Ilustrativa / Reprodução / Greenpeace

Em escalada, desmatamento abre mais de 500 km de estradas ilegais na bacia do Rio Xingu em 2021
O índice de desmatamento na bacia do Xingu, localizada entre os estados de Mato Grosso e Pará, teve um aumento de 14% em 2021, em relação ao ano de  2020. No mesmo período, pelo menos 533 quilômetros de estradas ilegais foram abertos em territórios protegidos da região. Os dados são do Sirad X, sistema de monitoramento da Rede Xingu+. 


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De acordo com o Instituto Socioambiental (Isa), o número é o maior desde 2018, quando o monitoramento da Rede Xingu+ teve início. Conforme o Isa, as áreas protegidas do Xingu sofreram com invasões, roubo de madeira, degradação florestal e grilagem de terras, registrando aumento de 30% no corte raso da floresta.

Ainda no último ano, foram abertos ao menos 533 quilômetros de estradas ilegais que cortam os territórios protegidos. Apenas nos últimos quatro meses de 2021, o Território Indigena do Xingu (TIX) teve 26 quilômetros de estradas abertas. O instituto alerta que as rotas fortalecem atividades ilegais de degradação e revelam os trajetos feitos pelos criminosos.

Ainda conforme o Isa, o ritmo do desmatamento diminuiu nos meses de novembro e dezembro do ano passado, mas a queda é apenas consequência do alto nível de chuvas que, tradicionalmente, inibe a ação dos criminosos da região no final do ano

Denúncia de desmatamento no Parque Indígena do Xingu

Em junho do ano passado, equipes de vigilância indígena flagraram a atividade de extração ilegal de madeira dentro do limite oeste do Parque Indígena do Xingu — na região denominada pelas comunidades originárias do local como Alto Xingu. Árvores extraídas, maquinários e outros materiais utilizados na prática criminosa foram alguns dos itens encontrados. 

Na época, o presidente da Associação Terra Indígena do Xingu (ATIX), Ianukula Kaiabi, disse que a suspeita da prática ilegal existe há alguns anos. Em algumas ocasiões, inclusive, as equipes de vigilância indígena já haviam encontrado sinais da entrada de invasores, entre eles, rastros da retirada de madeira, porém, até então, o flagrante da atividade não havia sido feito. 

“Esse é um caso que agora os indígenas constataram alguns maquinários dentro [do território]. Depois de muitos anos, porque já houve atividade desse tipo há uns 20 anos atrás, vamos dizer, já houve casos de acontecer apreensões de maquinários dentro da terra indígena, mas muito tempo atrás. Em um momento como hoje, onde a gente menos espera que as coisas aconteçam, é uma surpresa isso estar acontecendo novamente”, explicou, em junho, Ianukula ao Olhar Direto.

Desmatamento atinge mais de 30% da bacia do Rio Xingu em MT 

Em 2021, levantamento do Instituto Centro de Vida (ICV), feito com base em dados MapBiomas, revelou que 32% da formação natural da bacia do rio Xingu em Mato Grosso já desmatada. Do total de vegetação nativa restante na bacia, um quarto está no Parque Indígena do Xingu, sendo que destes, 99,5% da área encontra-se com formação natural. O que enfatiza ainda mais uma ameaça de longa data dos indígenas xinguanos: o avanço do desmatamento no entorno do território indígena.

Para Ianukula, o avanço rápido da destruição causada pelo desmatamento, associado à alta demanda pela madeira fez com que, atualmente, a última reminiscência de floresta do lado de fora do parque esteja em sua região oeste. Região esta que, frente ao esgotamento do recurso natural, está sendo insuficiente para os madeireiros, que, segunda o indígena, agora miram a vegetação nativa do parque. 
 
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