Caminhando a passos lentos e com o auxílio de uma bengala. Foi assim que o ex-roupeiro do time Clube Atlético Mato-grossense, nos anos 50, Leônidas Nogueira da Costa, de 85 anos, compareceu ao ginásio Aecim Tocantins, na manhã desta sexta-feira (18), para comprar ingressos do jogo entre Flamengo e Atlético Mineiro. Os bilhetos, porém, esgotaram e não foram vendidos, apesar do ponto ter sido confirmado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

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Natural da região do Porto, Leônida se intitula como cuiabano de Tchapa e Cruz, expressão regional que designa o cuiabano “autêntico”. Ao Olhar Direto, ele relembrou os anos em que trabalhou no time mato-grossense e as memórias que tem dos times do estado naquela época.  

“Eu fui roupeiro do Clube Atlético Mato-grossense. [Naquela época], os times que tinha aqui eram Dom Bosco, Mixto, Palmeirinhas do Porto e Paulistano. Aquele tempo jogador saía de um time para o outro e passava um ano no acerto”, contou Nando, como o cuiabano é chamado por amigos e familiares. 

À reportagem, ele também comentou a diferença do cenário da Capital na época, Além disso, comparou o futebol daquele período com o atual. Entre as constatações, ele pontuou a exigência dos treinos, que segundo ele, eram mais rígidos em sua época

“Os estádios que tinha aqui eram o Dutra e o estadual, no Liceu Cuiabano. A Cadeia Pública ficava na frente do Dutra, [onde] tinha dois pé de tarimbeiro grande. [Antes] jogador pra entrar ficava com ingresso. [Diziam] ‘fulano e fulano não vai jogar porque não treinou’, [mas] hoje em dia jogador joga e ganha um rio de dinheiro”, opinou. 

Para este domingo (20), o cuiabano confessa que deve torcer para o time mineiro, apesar do time do coração ser o Santos. Além disso fez a aposta em um placar de 2 x 1 para o time mineiro. Questionado sobre os cuidados com a pandemia, ele diz estar preparado. 

“Eu não tenho medo, estou preparado. [Dessa vez vai ser] dois a um pro atlético”, finaliza.