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Terça-feira, 05 de novembro de 2024

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ASSENTAMENTO EM ITANHANGÁ

UOL destaca que a pedido de Cattani, Eduardo Bolsonaro agiu no Incra em defesa de fazendeiros alvos da PF

Foto: Reprodução

UOL destaca que a pedido de Cattani, Eduardo Bolsonaro agiu no Incra em defesa de fazendeiros alvos da PF
Reportagem do colunista Rubens Valente, do UOL, destacou nesta quarta-feira (20) que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atendendo pedido do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), atuou junto à Presidência do Incra, em Brasília, em defesa de fazendeiros que foram alvo, em 2014, da Operação Terra Prometida, deflagrada para combater suposta invasão de terras públicas de um projeto de assentamento da União em Itanhangá (491 Km de Cuiabá). Leia matéria na íntegra aqui.


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A investigação da Polícia Federal apontou que desde a criação do assentamento, em 1995, mais de mil lotes foram transferidos ilegalmente para cerca de pouco mais de 80 fazendeiros e grupos familiares. A operação prendeu mais de 50 pessoas e, segundo a reportagem, deu origem a 53 inquéritos e dezenas de ações penais e cíveis.

Atualmente, por conta da valorização, a área é disputada, já que do outro lado dos fazendeiros que teriam invadido alguns lotes, há um grupo com cerca de 260 trabalhadores rurais sem-terra acampado desde 2013 em um dos lotes do assentamento e pede ao Incra a retirada dos fazendeiros para nova redistribuição por meio da reforma agrária.

Para manter os fazendeiros, Eduardo Bolsonaro, ao lado de Cattani, se reuniu com o diretor de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento, Giuseppe Vieira, com a procuradora chefe no Incra, Renata Carvalho, e com a diretora de Governança Fundiária, Eleusa Gutemberg. A agenda ocorreu no dia 10 de março e segundo o Incra, o presidente do órgão, Geraldo Melo Filho, não participou porque teve que viajar para acompanhar o velório do pai, que faleceu quatro dias antes.

Na época, a assessoria de Cattani divulgou à imprensa que Melo Filho "entrou em contato com Cattani e garantiu prioridade no atendimento na demanda que veio de Mato Grosso".

Bolsonaro e Cattani estavam acompanhados do deputado estadual Gil Diniz (PL-SP), conhecido como "Carteiro Reaça", ex-assessor de Bolsonaro.

Para a reportagem, o Incra divulgou que a pauta da reunião envolveu os temas: "obrigatoriedade para o cliente da reforma agrária estar no CADúnico; Marco temporal da regularização fundiária; PA [projeto de assentamento] Japuranã; PA Itanhangá e PA Itapurah".

O colunista do Uol ainda destacou a afinidade entre Cattani e o filho do presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado federal chegou a gravar vídeo destacando que o parlamentar mato-grossense poderia disputar vaga na Câmara Federal nas eleições de outubro.

A genda no Incra foi divulgada por Cattani em suas redes sociais. "Na ocasião, apresentei o resultado da nossa audiência pública realizada em Itanhangá e cobrei providências. Estamos lutando pelos interesses dos assentados do Mato Grosso e do Brasil".

Ao UOL, Cattani declarou que Eduardo Bolsonaro "ajudou a fazer" a agenda. Afirma que o objetivo da audiência foi entregar um "dossiê" e pedir ao Incra que "defenda os produtores rurais, e não essa bandidagem do MST".

"Nós realizamos uma audiência pública lá no Itanhangá. E recebemos - essa audiência está no site da nossa Assembleia Legislativa - e recebi em mãos das pessoas, dos produtores de lá, todas essas denúncias em um dossiê que nós queríamos entregar para o presidente do Incra. Infelizmente naquele dia que nós estivemos no Incra - o Eduardo Bolsonaro nos ajudou para fazer a agenda - o presidente do Incra infelizmente teve uma fatalidade na vida e o [diretor] Giuseppe nos atendeu. Nós fizemos a denúncia ao Giuseppe e entregamos o dossiê para que ele tomasse providências", disse Cattani ao UOL.

No decorrer da conversa com Rubens Valente, no entanto, o deputado admitiu que o grupo de trabalhadores sem-terra em um dos loteamentos integram o "FLN", um grupo que não tem relação com o MST e, segundo os integrantes do "Acampamento Nova Aliança" de Itanhangá, também não tem ligação com os acampados do assentamento, configurando um grupo autônomo que tem tentado ganhar espaço na região mas não teria famílias acampadas dentro do assentamento.
 
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