Ainda em meio a polêmica envolvendo gastos milionários com caches de artistas nacionais para eventos públicos em municípios, o deputado Wilson Santos (PSD) condenou o perfil dos artistas que são contratados. Quase sempre ligados ao cenário do sertanejo, o parlamentar afirmou que prefeitos devem caprichar mais, trazendo artistas melhores.
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Na opinião do deputado, música clássica e MPB (Musica Popular Brasileira) fazem parte de uma 'cultura melhor'.
“Pedir pros municípios capricharem mais na contratação, pois tem cantor ruim que vem, em nível nacional. Cada musiquinha ‘canhaim, canhaim’; ordinária. Isso vai influenciando na cabeça do povo, para gostarem de coisa de mau gosto. Não vejo trazer grandes cantores, com grandes composições. Música clássica, MPB... É uma sofrência que, pelo amor de Deus. Prefeitos, vamos caprichar, trazer gente de qualidade”, disse, durante discurso na tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (22).
“Vamos valorizar o povo daqui, que estão quebrados. Se continuar assim, vou virar cantor nesse estado”, completou.
A opinião de Wilson foi dada durante discussão sobre o projeto de lei (1.186/2022) que obriga a contratação de cantores, instrumentistas, bandas ou conjuntos musicais locais nos shows, festejos e eventos culturais financiados por recursos públicos.
A matéria foi proposta pela deputada Janaina Riva (MDB) e acabou não sendo votada, por conta de pedido de vista de Lúdio Cabral (PT). O texto a ser votado é um substitutivo apresentado pelo presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (União).
A mudança estabelece que os organizadores devem destinar ao menos 30% do valor gasto em toda o evento com os artistas regionais.
“É o mínimo que precisa ser feito, pois tem lugar que gasta R$ 700 mil de depois gasta R$ 20 mil com cantores daqui, pagando R$ 1 mil e parece que estão fazendo um favor”, pontuou.