Defensor de que o PL de Mato Grosso encontre uma candidatura ao Governo de Mato Grosso que seja considerada de fato bolsonarista, o deputado federal José Medeiros afirmou que acredita que seu partido irá mesmo coligar com Mauro Mendes (UNIÃO), seu desafeto político, mas apostou que a aliança com o atual governador irá prejudicar os projetos de reeleição do presidente Jair Bolsonaro e do senador Wellington Fagundes. Na avaliação do parlamentar, a ausência de opções se deu porque Mauro Mendes sufocou eventuais opositores.

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“Eu acho que ele vai coligar sim, eu só não tenho expectativa de que ele vá entrar na campanha. O Mauro desde que entrou na política sempre mostrou o tipo de animal que ele é: um lobo solitário. As alianças que ele porventura faz são para usar os recursos de suas vítimas, pra alimentar as estratégias dele. O PL, por exemplo, está sendo. Tanto o senador Wellington como o Bolsonaro, na minha avaliação, vão ser bastante prejudicados com essa aliança”, disparou o deputado.

Medeiros discorda da aliança com Mauro Mendes desde o princípio, mas acabou aceitando a conjuntura a pedido do próprio presidente Bolsonaro, que acordou dividir palanque com o atual governador afim de fortalecer a chapa do PL em Mato Grosso.

Aliados de Mendes convergem para coligação oficial com o PL, mas aguardam retorno e decisão do governador, que está em São Paulo acompanhando a primeira-dama Virginia Mendes, que passa por tratamento de saúde.

“O eleitor de Mato Grosso espera que apareça algum nome. O Mauro, em relação ao Bolsonaro, é uma ancora e não um puxador de votos. Basta ver suas declarações, sua aversão, o ranço que ele nutre do presidente. Porque por mais que ele tente negar isso, ele enga o obvio, nega vídeos, nega falar gravadas dele dizendo que o modelo mental do Bolsonaro atrapalha o País. Isso é declaração de aliado? Aliado pode até pensar de maneira diferente, mas fala para a pessoa, não sai esparramando publicamente para desgastar e obter dividendos políticos com aquilo”, continuou Medeiros.

Nos últimos meses, Mauro Mendes se aproximou do presidente Jair Bolsonaro e refinou o discurso bolsonarista em inaugurações de obras pelo interior do Estado. Ao anunciar que “tocaria o barco” com o governador de Mato Grosso, Bolsonaro pediu que seus apoiadores no Estado abaixassem a guarda, mas até o momento o pedido vem sendo ignorado.

Grupo com grande capital político em Mato Grosso, os bolsonaristas ensaiaram lançar um nome que para eles represente de fato a agenda defendida pelo atual presidente da República, “uma vez que a maioria do eleitorado bolsonarista não aceita apoiar a reeleição do governador Mauro Mendes”, afirmam.

Jair Bolsonaro, no entanto, pretendia colar sua imagem à de Mauro Mendes e robustecer seu palanque no Estado, o que enfraqueceu possíveis projetos de oposição. Para Medeiros, tudo passou por um plano estratégico do governador para sufocar eventuais opositores.

“O mérito é do Mauro e os partidos agora têm que arcar com as consequências de suas escolhas. A gente pode até reclamar e ficar lambendo ferida, mas na verdade a culpa é nossa. A menos que apareça um candidato de última hora, como em 2002 quando o Blairo se elegeu, o Mauro está com a mão na taça. E isso pode ser mortal para o PL, o Mauro está nos matando aos poucos. Ele poderia ser honesto, mas como ele tem medo do Wellington construir uma candidatura ao Governo com o apoio do Bolsonaro, ele se submete a ter em seu palanque um candidato que ele notadamente tem prejudicado. Ele está sangrando o Wellington e todo o grupo do senador”, pontuou.