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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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ARARA DO RIO BRANCO E PIRIPKURA

Desmatamento e pedidos de mineração disparam em Terras Indígenas com povos isolados em Mato Grosso

Foto: Bruno Kelly

Território PIripkura foi a terra indígena com presença de povos isolados mais desmatada em 2020. (Foto: Bruno Kelly)

Território PIripkura foi a terra indígena com presença de povos isolados mais desmatada em 2020. (Foto: Bruno Kelly)

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento em Terras Indígenas com Registros de Povos Isolados, do Instituto Socioambiental mostraram que, durante os meses de maio e junho de 2022, 142 hectares foram desmatados em Terras Indígenas com presença de povos isolados, o que representa aumento de 8% em relação ao bimestre anterior. A extração da madeira ilegal e a expansão do garimpo são as principais causas do alargamento exponencial do desmatamento que ameaça a vida dos isolados.


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Apenas em maio, foram 30 hectares desmatados na Terra Indígena Arara do Rio Branco, localizada no Mato Grosso. A prática aconteceu próximo à fronteira do território, o que facilita a fuga dos invasores. Essa TI vem sendo monitorada desde o início de janeiro. Desde então, esse é o maior desmatamento já registrado no local.


 
Esse território possui a presença confirmada de povos indígenas isolados. Nos últimos anos, foram registrados conflitos envolvendo esses povos e não-indígenas, justamente pela grande pressão que vem sendo observada nesta região.

A terra também está cercada por vários requerimentos para fins de pesquisa e lavra garimpeira, realizados por diversas pessoas físicas e jurídicas. Em maio a empresa Oxycer Holding Corporation protocolou um pedido de pesquisa para exploração de ouro de aproximadamente 10 ha, localizado no norte do território.

Outras TIs monitoradas também sofreram com o avanço do desmatamento entre maio e junho. Na TI Munduruku, foram 68 hectares desmatados, na TI Kawahiva do Rio Pardo e na TI Uru-Eu-Wau-Wau, 18, e na TI Zoró foram 5,2 hectares desmatados.
 
Vale ressaltar que, desde agosto de 2020, apenas na Terra Indígena Piripkura foram derrubadas 1,3 milhões de árvores adultas. As ameaças que atingem a TI vão além do desmatamento ilegal e grilagem de terras. A mineração também pressiona o território.



A menos de 9 km, ao norte de Piripkura, um garimpo grande avança todos os dias. Além disso, empresas mineradoras registradas com nome e CNPJ especulam a possibilidade de explorar a região.

O monitoramento inclui um parque estadual, o PES Chandless, localizado no Acre, e também a Rebio do Guaporé, em Rondônia. Ao todo, são monitorados aproximadamente 187 mil km2 de territórios indígenas.

Os dados são obtidos utilizando imagens de satélite, e imagens ópticas também são utilizadas de modo auxiliar. A metodologia classifica como desmatamento toda e qualquer área que teve sua cobertura vegetal original removida totalmente, ou parcialmente, por atividades antrópicas.
 
Maio e junho são meses mais chuvosos, e em contrapartida, o desmatamento aumenta. As práticas ilegais crescem, devido às condições climáticas favoráveis. Nesse bimestre, o SIRAD–I detectou 142 ha desmatados no interior dos territórios monitorados.

Além da retirada de madeira ilegal, também houve identificação da expansão de um garimpo. Esses dois meses também foram marcados pela enorme quantidade de requerimentos de lavras/pesquisas garimpeiras de ouro, dentro das Terras Indígenas. Acompanhe a seguir.
 
Avanço do garimpo ilegal

Os meses de maio e junho foram marcados pelos pedidos ilegais de requerimentos minerários para a exploração de ouro dentro dessas Terras Indígenas onde vivem povos em isolamento.

A maioria dos pedidos foi feita pela empresa Oxycer Holding Corporation Exclusive International Business. Após denúncia do portal InfoAmazônia, a empresa retirou 50 pedidos cadastrados na Agência Nacional de Mineração.

A empresa havia protocolado cinco pedidos para pesquisa de exploração de ouro dentro da TI Piripkura, totalizando mais de 33 mil hectares requeridos.

A menos de 9 km, ao norte de Piripkura, um garimpo grande avança todos os dias de acordo com o boletim Sirad-I. A Oxycer também protocolou um requerimento na TI Arara do Rio Branco e três requerimentos na TI Kawahiva do Rio Pardo, onde a área requerida chega a aproximadamente 23 mil hectares.

A retomada da atividade garimpeira no interior na TI Zoró também merece atenção. O primeiro ponto de garimpo ilegal dentro desse território foi identificado entre janeiro e fevereiro e denunciado para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que realizou uma operação na região em maio.

Mas, no início de julho, o monitoramento apontou que o garimpo foi retomado e a área desmatada cresceu. A TI coleciona requerimentos minerários para a exploração de cobre.
 
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