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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Execução de comparsas motivou racha e início de guerra entre facções na capital do agro em MT

Foto: Reprodução - PF

Execução de comparsas motivou racha e início de guerra entre facções na capital do agro em MT
A ordem de execução de lideranças contra criminosos da própria facção criminosa causou revolta entre os membros, que resolveram deixar o Comando Vermelho e fundar um grupo rival. A partir dessa divisão, uma série de homicídios foi registrada na cidade de Sorriso (420 km de Cuiabá) e 11 pessoas morreram em um período de 13 dias. 


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Com o aumento expressivo nas execuções em um curto período de tempo, a Força-Tarefa de Segurança Pública de Mato Grosso (FTSP/MT) passou a investigar os casos e descobriu que o ‘racha’ na facção criminosa resultou ainda em uma disputa por território do tráfico de drogas. Os dissidentes, que também se denominavam faccionados, entraram em confronto com os criminosos que permaneceram no Comando Vermelho. 

Na manhã desta quinta-feira (18), a Força-Tarefa deflagrou a Operação Dissidência para cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e 36 busca e apreensão nos estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro, contra os envolvidos nesses homicídios e tráfico de drogas. Ao todo, foram presas 38 pessoas entre mandados expedidos e flagrantes.

Segundo o delegado de Polícia Federal Antônio Flávio Rocha Freire, o decreto de morte dos próprios membros da facção foi o fator principal para divisão do Comando Vermelho. “Essas lideranças estavam decretando a morte dos próprios integrantes da facção por motivos banais, até mesmo decretando sem provas cabais que pudessem configurar um desvio de conduta por parte desses integrantes da facção criminosa”, disse durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (18).

“Discordando da atuação dessa facção criminosa, eles ‘rasgaram a camisa’, se retiraram da facção criminosa e montaram um novo grupo que passou a ser rival dessa facção que domina a região”, acrescentou. “Um tentava matar o outro e essa tentativa resultava também na morte de outros integrantes. Uma ação de homicídio resultava também em ação de homicídio do outro lado. Nos deparamos com uma situação crítica na cidade de Sorriso. E esse seria o foco central da guerra entre essas facções”.

Entre os líderes está uma mulher de 30 anos, que residiria no estado do Rio de Janeiro e transitava com frequência entre os municípios do Rio de Janeiro e Macaé, locais onde possuía residência. Outro líder é Leonardo dos Santos Pires, conhecido como Sapateiro, preso na Penitenciária Central de Cuiabá (PCE), e responsável por ordenar que Guilherme Felipe Oliveira Moura, 22, executasse Gilson Santos Amorim, no bairro Altos da Glória, em Sinop (480 km de Cuiabá), no dia 25 de julho.

Na casa onde tudo aconteceu moravam Gilson e a esposa Marina Azevedo Campos, 17 anos, grávida de cinco meses. O casal acabou surpreendido por Guilherme e Marina faleceu após ser atingida por quatro disparos de arma de fogo. No local ainda houve uma intensa troca de tiros e Gilson conseguiu matar Guilherme com oito disparos. Depois disso fugiu para o Hospital Regional de Sorriso, onde acabou preso depois de procurar ajuda.
 
Marina acabou morta após ser atingida por 4 disparos. 


Sapateiro é um grande nome da facção criminosa Comando Vermelho e mesmo preso atua como mentor intelectual e responsável por autorizar ações criminosas na cidade. Outra motivação para as mortes, conforme fontes do Olhar Direto, seria a apreensão de uma carga roubada avaliada em R$ 1 milhão na cidade de Sinop no mês de julho. As informações são de que Sapateiro estaria à procura de um 'culpado' pela perda da carga roubada e por isso também ordenou algumas execuções.

Foram expedidos mandados judiciais contra os seguintes alvos: Leonardo dos Santos Pires; Diogo de Souza Schemberg; Emerson Lorena Castro; Mikael Douglas Lopes Siqueira; Ailson da Silva Conceição; Gaberliel Peres dos Santos; Jean Carlos do Nascimento Rodrigues; Felipe do Rego Lima; Wesley Silva Souza; Walacy Fernando Pessoa da Silva Maldonado; Ederson Alves da Silva; Daniel Toscano da Conceição; Matheus Bruno de Lima; Klederson Matheus Castro Ferreira; Lincolw Oliveira de Souza; Robson Junio Jardim dos Santos; Maria Magnólia Leite Silva; Karolayne Aparecida Duarte Furtado; Maria Eduarda da Silva e Priscila Moreira Janes.

Cumprimentos de mandados
 
Foram cumpridos mandados expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Sorriso/MT nos municípios de Cuiabá/MT, Várzea Grande/MT, Sinop/MT, Sorriso/MT, Marcelândia/MT, Peixoto de Azevedo/MT, Terra Nova  do Norte/MT, Tangará da Serra/MT, Guarantã do Norte/MT, Rio de Janeiro/RJ  e Macaé/RJ.

Também foram cumpridos mandados de prisão na Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop; na Penitenciária Central do Estado e na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, ambas em Cuiabá e na Cadeia Pública de Peixoto de Azevedo, em desfavor de criminosos que já se encontravam presos.
 
Efetivo
 
Além das equipes da Polícia Civil, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar, que incluíram cães farejadores com o intuito de busca por entorpecentes, também foram utilizados helicópteros do Centro Integrado de Operações Aéreas (Cioaper) e da Polícia Rodoviária Federal.
 
A FTSP/MT é composta pela Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar e tem por objetivo a atuação conjunta e integrada no combate ao crime organizado no estado do Mato Grosso.

 
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