O caso do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, de 44, com cerca de 15 golpes de faca e machado dados pelo apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, durante discussão em uma chácara localizada a 34 quilômetros de Confresa, em Mato Grosso, gerou grande repercussão nas redes sociais. O caso aconteceu na quarta-feira (7), mas até a tarde desta sexta-feira (9) o “pico” de comentários havia sido às 14h06 (horário de Cuiabá), pouco depois de o ex-presidente Lula (PT) comentou o fato.
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De quarta-feira (7) até sexta-feira (9) às 16h houve 3.600 tweets sobre o assunto, sendo 44% de mulheres e 56% de homens. As postagens vieram principalmente de Brasília (21%) e São Paulo (13%), seguidas de Rio de Janeiro (10%), Belo Horizonte (4%), Salvador, São Luís e Recife (3%), Curitiba, Belém e Rio Grande (2%).
A hashtag mais utilizada na postagem foi “#genocida”. As palavras associadas a “Confresa”, também utilizadas nas publicações, foram: Cardoso (66%), Benedito (65%), Santos (65%), ódio (54%), rural (50%), bolsonarista (50%), assassinato (46%) e Mato Grosso (43%).
O tweet mais republicado foi o de Lula (1.675 retweets), seguido dos perfis ‘Pensar a História’, Humberto Costa e Kalil Oliveira. O mais citado foi o de Humberto Costa, presidente do PT. Dado interessante é que, dentre os tweets mais respondidos com o tema estão dois associados à fala de Lula sobre a Ku Klux Klan: um da matéria da Uol sobre ironia de Bolsonaro à fala de Lula, e outro de um seguidor de Bolsonaro ironizando também a fala do ex-presidente.
O caso
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, matou o colega de trabalho e apoiador do ex-presidente Lula (PT), Benedito Cardoso dos Santos, de 44, com cerca de 15 golpes de faca e machado, durante discussão em uma chácara localizada a 34 quilômetros de Confresa, em Mato Grosso. A vítima chegou a ser atingida nos olhos, testa e os últimos golpes foram no pescoço com o objetivo de decapitar o rapaz.
O crime aconteceu na noite da última quarta-feira, 7 de setembro, depois de um dia de trabalho. Os dois estavam sozinhos na casa quando começaram uma discussão. Em determinado momento da briga, Benedito deu um soco no queixo de Rafael, que revidou.
Na sequência, o lulista pegou uma faca e foi para cima do rival, que conseguiu tomar a arma e atingir o adversário. Benedito tentou fugir, mas acabou perseguido pelo bolsonarista e morto com requintes de crueldade.
Natural de Goiás, Benedito era pouco conhecido na região, não tinha familiares na cidade, onde estava a trabalho. Poucas pessoas souberam falar sobre ele.
Já Rafael, que residia há mais tempo em Confresa, tinha passagens criminais por delitos cometidos na cidade. Apesar disso, segundo ele mesmo, não tinha parentes na região, apenas uma irmã em Cuiabá, com quem tem pouco contato.
*Matéria feita com apoio da 'Sala de Democracia Digital', desenvolvida pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV).