O presidente do Shopping Popular de Cuiabá, Misael Galvão, desconsiderou a manifestação feita pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPE), que afirmou que bancas dos lojistas não podem ser instaladas no Complexo Dom Aquino. Conforme o gestor, somente o Poder Executivo pode decidir sobre o tema.
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MP diz que bancas do Shopping Popular não poderão ser instaladas no Complexo Dom Aquino
Em reunião na terça-feira (16), os comerciantes decidiram ocupar provisoriamente o campo de futebol e a pista de atletismo do espaço esportivo, após o Centro Comercial ser atingido por um incêndio na madrugada de segunda-feira, que deixou 600 lojas destruídas.
Nessa quinta-feira (18), o Ministério Público divulgou uma nota na qual informa que as bancas não poderão ser instaladas no local, pois o complexo se trata de um "bem de uso comum do povo" e sua ocupação privada, mesmo que temporária, "não atende aos fins e interesse da coletividade".
Em entrevista ao Olhar Direto, o presidente disse que vai se reunir com o Poder Executivo para deliberar sobre a situação. Galvão afirmou que vai defender a ideia de ocupação do espaço até "esgostar". E que caso não consiga, vai partir para outras possibilidades.
"Quem tem o poder de realmente liberar é o Poder Público municipal, mas estamos aguardando. Hoje tem vários encaminhamentos para a gente ver qual vai ser a decisão do Executivo", disse à reportagem.
"Eu prefiro esgotar. Nós estamos trabalhando com essa decisão do Executivo lá da área lá no campo. Aí, se tiver esgotado tudo isso, aí que a gente vai trabalhar em outra possibilidade. Até agora não tem nenhuma", acrescentou.
Questionado se os comerciantes possam migrar para o estacionamento do Shopping Popular, como sugeriu o Ministério Público, Galvão afirmou que existe a possibilidade. No entanto, ponderou que a decisão pode causar transtornos aos clientes, que não teriam lugar para parar seus veículos, além de congestionamentos em avenidas próximas ao lugar. Outro empecilho é que, recentemente, há no espaço máquinas retirando escombros e entulhos.
"Sim, mas aí é uma outra preocupação. E os carros vão estacionar na onde? E os clientes? E o transtorno todo na Carmindo de Campos? Tem que ser muita coisa analisada. É muito cedo ainda para gente poder falar alguma coisa ainda sobre isso", pontuou.
Entenda
A instalação das bancas no Complexo Dom Aquino foi uma escolha dos próprios comerciantes. Misael comunicou essa decisão sobre o local à imprensa na última terça-feira (16).
Durante a semana, em várias entrevistas, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e Misael Galvão declararam que iriam tentar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público para a utilização da área.