O governador Mauro Mendes (União) está avaliando a possibilidade de participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) 29 no Azerbaijão, em novembro deste ano.
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Segundo Mauro, as reuniões para discutir sobre o tema não tem resultado em ações efetivas para diminuir o aquecimento global, apenas criam teorias conspiratórias que muitas vezes não se efetivam.
“Desde que me tornei governador fui em todas elas e, nesses anos todos, eu vi muito pouco resultado, efetividade, e estou até me negando a ir nessa COP-29. Porque fiz um levantamento, desde Rio 92, primeiro grande evento que o Brasil sediou, muitos enunciados COP de Paris, Tratado de Kyoto tantas outras definições foram tomadas e poucos avanços efetivamente aconteceram ao longo desse período diante de algo tão grave”, ressaltou durante 1ª conferência de Agronegócio do Bradesco nesta quarta-feira (11).
Ele destacou que não há dúvidas que existe um processo de aquecimento no planeta que tem resultado em poucas chuvas em algumas regiões e temperaturas elevadas em outros, como em Mato Grosso que tem registrado mais de 40 graus nas últimas semanas, tem prejudicado a saúde da população como a produção agrícola.
Mauro disse que neste momento era para os produtores terem iniciado o plantio, mas, pela falta de chuva nos últimos anos, estão se readaptando a nova realidade climática.
“Mostra claramente que tem um processo forte de mudança do clima no planeta e essas conferências, todas essas cobranças tem sido feito ao Brasil elas têm suas pertinências, nós brasileiros temos a nossa consciência ambiental, queremos preservar nossas florestas, floresta amazônica, mas o mundo precisa fazer a sua parte”, frisou.
“Cadê a redução, por exemplo, das emissões a partir da queima de combustíveis fósseis e principalmente do carvão? Nos últimos anos, eles não cumpriram as metas e até aumentaram em alguns países desenvolvimento a queima do carvão que é um dos grandes ofensores dessas emissões”, complementou.
O governador comentou que o Brasil tem feito o dever de casa e que está com muito medo do que pode acontecer nessa COP de Belém, no ano que vem. Ele disse que percebeu que existe um movimento na área ambiental do governo de tentar fazer um movimento para levar o Brasil para o desmatamento zero e não fazer um trabalho para o desmatamento ilegal zero, o que seria ideal para o momento segundo Mauro.
Ele voltou a defender o confisco de terra para quem comete desmatamento ilegal. Ele disse que leis mais inteligentes e duras mudam o padrão de comportamento de uma sociedade e bane esse tipo de crime, que ajuda o país a recuperar a credibilidade ambiental perante a opinião pública e aos mercados internacionais.
“Nós sabemos que essas brechas que existem na lei brasileira tiram nossa credibilidade de dizer que o Código Ambiental do nosso país é uma das leis mais protetivas, que é realmente, porém a não correta aplicação e as flexibilidades e as impunidades que geram faz com que percamos a nossa credibilidade no mercado internacional. Para o desmatamento ilegal, aquele excede o permitido no Código Florestal nós tínhamos que aplicar a mesma pena prevista no artigo 243 da Constituição, qual que é? Quem planta maconha ou produz cocaína em uma propriedade rural está escrito lá perde a terra. Alguém aqui ouviu nos últimos 10 anos notícias na imprensa que alguém perdeu a terra no país por isso?”, questionou.