O secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Fábio Garcia, criticou a legislação ambiental que, segundo ele, tem afastado os pantaneiros de suas atividades tradicionais e prejudicado a preservação do Pantanal.
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Garcia destacou que as leis ambientais atuais impõem uma burocracia excessiva, tornando inviável a prática da pecuária no Pantanal e, consequentemente, deixando a região mais vulnerável a incêndios.
"A atividade originária do Pantanal, que era pecuária, hoje não é mais praticada. Porque ficou praticamente impossível de tanta burocracia você fazer uma pastagem. Quando você não faz pastagem, não tem um pasto de qualidade e isso não é economicamente viável para fazer pecuária. O que o pantaneiro fez? Saiu do lugar onde você tinha um pasto com muito gado, sempre verde. O pasto que antes era mantido baixo, agora virou mato, o que resulta em mais massa seca, aumentando o risco de incêndios", alertou.
Para Garcia, a saída dos pantaneiros prejudica a conservação ambiental, já que essas comunidades ajudavam a cuidar da região.
O secretário defendeu que as discussões sobre alterações sobre a Lei do Pantanal sejam feitas pelas bancadas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sugerindo que pessoas de fora não compreendem as particularidades do Pantanal.
"Não podemos fazer uma lei do Pantanal com alguém que está lá em Copacabana opinando sobre como cuidar da nossa região. Eles não conhecem essa realidade", afirmou.
Garcia lembrou que o Supremo Tribunal Federal já determinou que o Congresso Nacional deve legislar sobre o Pantanal, e que o governo de Mato Grosso está em diálogo com a bancada federal para garantir que a nova legislação inclua a realidade dos pantaneiros. Ele defendeu que a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico sustentável andem juntos.
"Para preservar o meio ambiente, precisamos de uma atividade econômica sustentável no local", destacou.