A empresária e banqueteira Leila Malouf compartilhou detalhes sobre a chegada de sua família libanesa a Mato Grosso, no final do século XIX, atraída por um comércio peculiar envolvendo uma planta chamada poaia. Em entrevista ao PodOlhar, Leila contou como seus antepassados migraram em busca dessa folha, que era utilizada pelos europeus como cicatrizante.

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Segundo Leila, sua bisavó trouxe para o Brasil o filho Miguel Mansur, que se tornou o patriarca da família. “Minha bisavó trouxe o filho, Miguel Mansur, em 1896, quase 1900. Eles vieram atrás de uma folha chamada poaia, que os ingleses e europeus usavam para fazer um cicatrizante. Imagina, sair do Líbano para vir atrás de uma folha que só existia em Rosário do Oeste”, relatou.

Ao chegarem em Mato Grosso, os imigrantes desembarcavam no porto de Cuiabá e se deslocavam até Rosário do Oeste em carros de boi para coletar a poaia. A folha era trocada por mercadorias trazidas por comerciantes europeus. “Eles trocavam a poaia por materiais, ingredientes e até por um piano, que foi levado até a fazenda da minha irmã e está lá até hoje”, disse.

Leila também explicou que a casa de seu avô, localizada na Rua Galdino Pimentel, no centro de Cuiabá, é tombada como patrimônio histórico. “Cresci em Cuiabá, brinquei muito na Rua de Baixo, como chamávamos naquela época. A casa do meu avô é onde hoje funciona a Cotinha Aviamentos, e já faz uns 20 anos que foi tombada pelo patrimônio histórico.”

A empresária destacou a continuidade da tradição migratória em sua família. “Todos os membros da minha família são imigrantes, assim como muitos que ainda chegam ao Brasil, um país visto lá fora como próspero e acolhedor. Quando vou ao Líbano, eles sempre perguntam se conheço outros libaneses no Brasil, porque lá todos se conhecem pelos nomes das famílias.”

A história da família Mansur, marcada pela imigração e pela busca de oportunidades no Brasil, reflete a trajetória de muitas outras famílias que ajudaram a moldar a cultura e o desenvolvimento de Mato Grosso.