O governador Mauro Mendes (UNIÃO) afirmou nesta sexta-feira (27) que o Estado Brasileito tem tido dificuldades em empregar técnicas eficazes para atuar no enfrentamento às facções criminosas. De acordo com o chefe do Executivo, as leis que o código penal dispõe não estão em conformidade com a realidade atual, como o avanço da criminalidade em setores da administração pública.“Há um crime organizado contra um Estado desorganizado que bate cabeça com a lei absolutamente incompatível com a necessidade de hoje”.
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“Nós chamamos eles de crime organizado. Só por aí já vê que tem algo errado. Enquanto o crime organizado é organizado, está se infiltrando nas atividades econômicas, está se infiltrando no mundo público, elegendo vários níveis de representantes para interferir dentro da administração pública. Olha quanto é perigoso isso”, comentou em entrevista nesta segunda-feira (27).
Mendes criticou ainda as soluções apresentadas para essa problemas. Ele citou como exemplo a implementação de câmeras corporais em uniformes policiais, política a qual já afirmou ser contrário, e o tratamento que é dado aos bandidos por alguns setores da sociedade.
“Nós estamos há décadas chamando isso de crime organizado. E o Estado brasileiro batendo cabeça. Não sabe o que fazer. Um acha que para combater o crime organizado ou a violência que encara no Brasil tem que colocar a câmera na farda de policiais, outro tem que chamar os bandidos de oprimidos socialmente, tratá-los de forma lúdica. Então é um crime organizado versus um Estado desorganizado que bate cabeça com a lei absolutamente incompatível com a necessidade que nós temos hoje”, disparou.
Com relação à notícia veiculada nesta quinta-feira (26) de que o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) está investigando 20 candidatos a vereadores por supostamente terem as respectivas campanhas eleitorais supostamente financiadas pelo Comando Vermelho, Mendes afirmou que já emitiu alerta as autoridades sobre essa situação e disse que tem cobrado uma resposta das forças de seguranças.
Eu mesmo já alertei algumas autoridades que têm o dever de fazer isso com relação a essa situação. Tenho cobrado das nossas forças de segurança investigação nesse sentido, porque não dá para admitir o estado de coisa que nós estamos tendo aí no Mato Grosso, no Brasil inteiro. E o grande culpado disso é a lei omissa, frouxa, que não retrata o instrumento adequado para combater o nível que se encontra a segurança pública hoje no Brasil.
De acordo com o coordenador do grupo, Adriano Roberto Alves, a investigação aponta que a facção tenta influenciar o processo eleitoral no estado, investindo dinheiro vivo nos candidatos. A informação foi veiculada pelo site Gazeta Digital.