Derrubando por terra o que as pesquisas de intenção de voto apontavam, o deputado federal Abilio Brunini (PL) vai ao segundo turno contra o deputado estadual Lúdio Cabral (PT). Durante as eleições deste domingo (06), o bolsonarista alcançou 39,61% dos votos válidos - 126.944 no total, contra 28,31% do petista - 90.719 no total.
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O presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Eduardo Botelho (União) ficou em terceiro, com 27,77% dos votos válidos - 88.977 no total. O parlamentar, que teve forte apoio do governador Mauro Mendes (União) aparecia liderando todas os levantamentos.
Em último, o empresário Domingos Kennedy (MDB), que teve o apoio do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), recebeu 4,31% dos votos válidos - 13.805 no total.
Esta é a segunda vez que Abilio e Lúdio disputam um segundo turno na capital. O petista foi derrotado em 2012 pelo atual governador Mauro Mendes, enquanto Abilio viu o prefeito Emanuel Pinheiro virar o resultado e ser reeleito em 2020.
Lúdio, que foi acusado de esconder o PT e o presidente Lula, deve ter o prestígio da legenda - sua coligação reúne: Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), PSD e Federação PSOL/REDE..
Abilio, que durante a maior parte da campanha eleitoral manteve uma postura menos provocativa, deve contar com a força bolsonarista. Terá que tentar não repetir a mesma história de 2020, quando foi derrotado por Emanuel, após terminar o primeiro turno à frente. Tem na coligação as legendas: PL, NOVO, PRTB e DC.
Histórico
Esta é a sexta vez que o comando do Palácio Alencastro é decidido em dois turnos. A primeira vez que isso aconteceu foi no pleito de 2004, quando Wilson Santos (então no PSDB) venceu numa disputa histórica com Alexandre Cesar (PT). Naquela ocasião, ambos foram para o segundo turno após uma disputa acirrada com Sérgio Ricardo (então no PPS), Totó Parente (PMDB) e outros candidatos. Wilson Santos venceu com 52,85% dos votos válidos, contra 47,15% de Alexandre Cesar.
A possibilidade de segundo turno começou a valer na eleição de 1992, quando a previsão da Constituição Federal de 1988 passou a ser aplicada nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Naquele ano, Dante de Oliveira (já falecido), então filiado ao PDT, venceu Murilo Domingos (PRN) com 68,21% dos votos válidos – o adversário obteve 21,94%. No entanto, Dante deixou o mandato em março de 1994, passando o cargo ao vice, José Meirelles (PSDB).
Quatro anos depois, em 1996, Roberto França, filiado ao PSDB, foi eleito no primeiro turno com 56,36% dos votos. Joaquim Sucena, do PTB, ficou em segundo lugar, com 19,33%. França foi reeleito em 2000, também no primeiro turno, com 55,74% dos votos, derrotando Serys Slhessarenko (PT), que obteve 25,17%.
Em 2008, Wilson Santos foi eleito no segundo turno e reeleito da mesma forma, enfrentando o atual governador Mauro Mendes (então filiado ao PR, atual PL). No primeiro turno, ambos superaram candidatos como Walter Rabello (PP) e Procurador Mauro (PSOL).
No segundo turno, Wilson venceu com 60,47% dos votos válidos, contra 39,53% de Mauro, que voltou a disputar a prefeitura em 2012, vencendo a eleição em dois turnos contra Lúdio Cabral (PT), atual candidato a prefeito. Naquela eleição, Mauro Mendes, filiado ao PSB, obteve 54,65% dos votos, enquanto Lúdio recebeu 45,35%, tendo o apoio do então governador Silval Barbosa e da presidente Dilma Rousseff (PT).
Emanuel Pinheiro (MDB), atual prefeito, venceu suas duas eleições em segundo turno. Em 2016, após Mauro Mendes desistir de disputar a reeleição, Pinheiro enfrentou o ex-prefeito Wilson Santos e venceu com 60,41% dos votos, contra 39,59% de Santos. Na eleição de 2020, Emanuel foi reeleito em uma disputa apertada, virando o resultado no segundo turno e obtendo 51,15% dos votos, enquanto Abilio Brunini (PL) ficou com 48,85% – a eleição mais acirrada da história, com apenas 6.094 votos de diferença.