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Sábado, 07 de dezembro de 2024

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Citado em relatório sobre atos antidemocráticos, presidente da Aprosoja-MT nega uso político da entidade

Foto: Reprodução/PodOlhar

Citado em relatório sobre atos antidemocráticos, presidente da Aprosoja-MT nega uso político da entidade
O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, afirmou em entrevista ao PodOlhar, videocast do Olhar Direto, que a entidade não tem viés político-partidário e refutou as acusações de envolvimento em atos antidemocráticos. Apesar disso, a Aprosoja-MT foi alvo de um mandado de busca e apreensão em 2021, no âmbito das investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o uso de recursos da associação para financiar manifestações antidemocráticas.


ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM O PRESIDENTE DA APROSOJA-MT, LUCAS COSTA BEBER:


Um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), datado de 10 de janeiro de 2023, aponta nomes do agronegócio que supostamente tiveram participação ativa nos atos de 8 de janeiro, em que manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. O documento destaca o papel do Movimento Brasil Verde Amarelo (MBVA), um grupo informal que reúne representantes do setor agrícola, como um dos principais articuladores dessas ações em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e em contestação à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

Segundo o relatório, membros do MBVA teriam ligação direta com os bloqueios rodoviários realizados após o segundo turno das eleições. Muitos dos caminhões que partiram em comboio para Brasília após o dia 30 de outubro de 2022 vieram de regiões de influência do MBVA, e Beber é citado como uma das principais lideranças do movimento, junto a outros sojicultores do Centro-Oeste, especialmente do Rio Grande do Sul.

Durante o episódio do PodOlhar, Beber defendeu que a Aprosoja-MT se mantém apartidária, apesar do temor de muitos produtores em relação ao governo Lula. “A entidade é apartidária, ela não visa política. É claro que existem algumas ideologias, né, que o produtor, na sua grande maioria, vai estar do lado daquilo que realmente traz, acima de tudo, a segurança jurídica dele”, disse Beber, referindo-se principalmente à defesa do direito à propriedade e à preocupação com invasões de terras.

Ele também abordou a operação da Polícia Federal que envolveu a sede da Aprosoja-MT em Cuiabá. “Teve uma operação, sim, que a Polícia Federal foi à entidade, mas não encontrou nada que caracterizasse isso de fato. Algumas coisas ainda tramitam na Justiça, não foi arquivado, porém, é tudo baseado em indícios, não há provas, principalmente em atos democráticos”, afirmou, rebatendo as acusações de envolvimento nos atos de 8 de janeiro. “Inclusive, saiu na mídia que atribuíram o meu nome a esses eventos. É uma injustiça, mas nós vamos nos defender, porque não tem nada”.

Sobre a postura do governo Lula, Beber apontou que muitos produtores rurais ainda sentem temor em relação às políticas do presidente, especialmente no que diz respeito à segurança jurídica e à proteção das propriedades. “As declarações de Lula trazem temor. Se ele quer que seja diferente, ele tem que ter atitudes diferentes”, afirmou.

Apesar das críticas, Beber ressaltou que a Aprosoja-MT busca atuar de forma independente e avaliar as ações do governo com base em seus impactos no setor agrícola. “Nós estamos aqui para elogiar aquilo que é bom para o nosso setor e para o nosso país, e vamos criticar o que não for bom de forma apartidária”, concluiu.
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