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Domingo, 03 de novembro de 2024

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Presidente da Aprosoja-MT critica promessa de desmatamento zero até 2030 feita por ministro Fávaro

Foto: Reprodução/PodOlhar

Presidente da Aprosoja-MT critica promessa de desmatamento zero até 2030 feita por ministro Fávaro
O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, criticou duramente o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, por comprometer-se com a meta de desmatamento zero até 2030, durante uma reunião com a União Europeia. Beber afirmou que, embora tenha elogiado a iniciativa de Fávaro ao pedir o adiamento da nova lei anti-desmatamento da União Europeia (EUDR), ele considera o compromisso de desmatamento zero como inadequado e fora da alçada do ministro, que, segundo o produtor, não pode assumir tal posição sem a aprovação do Congresso Nacional.


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“Eu elogiei a atitude dele de pedir o adiamento da lei anti-desmatamento, mas critico o compromisso de desmatamento zero até 2030. Nosso produtor já é o mais sustentável do mundo. O ministro não pode falar por todo o Congresso, ele é senador, mas hoje está no exercício do cargo de ministro. Isso não dá atribuição para ele fazer um compromisso desses”, afirmou Beber durante sua participação no videocast PodOlhar.

A EUDR, que entrará em vigor no final de 2024, proíbe a importação de produtos oriundos de áreas desmatadas, seja o desmatamento legal ou ilegal, a partir de 2020. A medida preocupa o agronegócio brasileiro, uma vez que pode afetar diretamente as exportações para o bloco europeu. Na carta enviada à União Europeia, Fávaro e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, expressaram preocupação com o impacto da lei sobre o Brasil, mas também reafirmaram o compromisso do governo brasileiro de atingir a meta de desmatamento zero até 2030, solicitando apoio europeu para continuar implementando políticas ambientais.

No entanto, para Beber, Fávaro foi precipitado ao fazer esse compromisso sem a devida consulta às instituições democráticas. “O Congresso Nacional é a casa do povo, principalmente a Câmara dos Deputados, que representa o povo de fato, e essas decisões precisam passar por trâmites adequados. Não vivemos numa ditadura em que uma pessoa ou um pequeno grupo pode tomar decisões como essa”, criticou.

Apesar das críticas, Beber negou que suas declarações tenham motivações pessoais ou políticas internas, destacando que sua função é defender os interesses do setor agrícola. “Não tenho nada pessoal contra o ministro. Não importa se é ele ou se, no futuro, é o meu irmão ocupando o cargo. Eu vou criticar quando necessário, sempre com o objetivo de defender o setor, não para denegrir a imagem de ninguém”, afirmou.

Beber também destacou a importância de proteger a imagem do produtor brasileiro no mercado externo, especialmente diante das narrativas que associam o agronegócio ao desmatamento e à destruição ambiental. Ele afirmou que o Brasil já tem práticas sustentáveis e eficientes no campo, e que o governo deveria concentrar-se em melhorar essa imagem, em vez de impor compromissos que podem prejudicar o setor.

“Nosso produtor é visto como o mais sustentável do mundo. O que precisamos é melhorar nossa imagem no mercado internacional, e o governo deveria trabalhar para abrir novos mercados, em vez de se submeter a imposições que dificultam o desenvolvimento do nosso país”, concluiu Beber.
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