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Sexta-feira, 06 de dezembro de 2024

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Hoje antagônicos, PT e PL se uniram há 20 anos para tentar conquistar Prefeitura de Cuiabá

Foto: Reprodução

Hoje antagônicos, PT e PL se uniram há 20 anos para tentar conquistar Prefeitura de Cuiabá
O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Liberal (PL) estão protagonizando o Fla-Flu da política nacional na atualidade. Em Cuiabá, eles reproduzem a polarização e disputam o segundo turno com Lúdio Cabral pelo PT e Abílio Brunini pelo PL, reeditando uma das maiores rivalidades da política atual, que se intensificou desde as eleições presidenciais de 2022. Mas nem sempre foi assim.


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Esses mesmos partidos, que hoje estão em lados opostos, concorreram às eleições municipais de Cuiabá em 2004 na mesma chapa. Isso mesmo, juntos. Naquele pleito, Alexandre César pelo PT e Alencar Farina pelo PL concorreram à eleição com o slogan "Amo Cuiabá", e tinham na mesma coligação o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

A configuração política daquele momento, considerada inusitada para os dias atuais, só foi possível porque o PT e o PL, naquela época, faziam parte da base do presidente Lula (PT), eleito em 2002, tendo como vice José de Alencar, do PL. 

Essa aliança foi, portanto, replicada em Cuiabá. Contudo, a chapa PT e PL não conseguiu sair vitoriosa. Eles perderam tanto o primeiro quanto o segundo turno para Wilson Santos, na época filiado ao PSDB. Naquele momento histórico, a grande rivalidade política no Brasil se desenhava entre PT e PSDB.  

No primeiro turno, Wilson obteve 99.920 votos (36,19% dos votos válidos), contra 92.647 de Alexandre Cesar (33,55%). No segundo turno, Santos aumentou ainda mais a vantagem e foi eleito para o seu primeiro mandato como prefeito de Cuiabá, com 146.280 votos (52,85% dos votos válidos). Alexandre, por sua vez, obteve 126.954 (47,15%).

O PL foi fundado em 1985 e permaneceu com essa nomenclatura até 2006, ano em que formou uma fusão com o PRONA para formar o Partido da República (PR). Essa fusão ocorre em meio à crise com a saída do ex-presidente José Alencar da sigla, que migrou para o PRB, e também da neecessidade de o PL atingir a cláusula de barreira, exigência para que os partidos tenham direito ao funcionamento nas Casas legislativas, a recursos do Fundo Partidário e ao horário gratuito na televisão (propaganda partidária).

Em Cuiabá, o PR voltou a fazer dobradinha com o PT na eleição seguinte. O partido concorreu à Prefeitura de Cuiabá com o hoje governador Mauro Mendes, em 2008, tendo como vice a Professora Verinha (PT). Eles foram derrotados no segundo turno por Wilson Santos, do PSDB, reeleito para o segundo mandato consecutivo na Capital.

Em 2010, o PR apoiou formalmente a candidatura de Dilma Rousseff para a presidência da República. Naquele mesmo ano, Blairo Maggi foi eleito senador por Mato Grosso pelo PR. Ele havia se filiado à legenda em 2007.

O PR deixou a base do governo Dilma em 2011, após integrantes do partido perderem cargos no Ministério dos Transportes, sob denúncia de um suposto esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro da própria pasta. 

De acordo com uma reportagem veiculada pela revista Veja à época, o esquema seria comandado pelo então secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto, hoje presidente do partido. 

Na eleição presidencial de 2014, contudo, a sigla declarou apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Em 2018, manteve-se neutro na disputa pelo Palácio do Planalto. Um ano depois, em 2019, o partido volta a adotar a mudança da denominação do Partido da República (PR) para Partido Liberal (PL), conforme definido em convenção partidária.

O hoje presidente de honra do PL, ex-presidente Jair Bolsonaro se filiou ao partido em novembro de 2021 para concorrer à reeleição em 2022. E perdeu em uma disputa protagonizada por PL e PT, marcando de vez o início da rivalidade entre as duas legendas. 

Em Cuiabá, esse embate se encerra no próximo dia 27 de outubro, quando os cuiabanos vão às urnas pelo segundo turno das eleições municipais para escolher entre Lúdio Cabral e Abilio Brunini. PT vs PL.

O candidato do PL prometeu explorar pautas ideológicas durante a campanha eleitoral. O liberal tem adotado uma postura mais “soft” nessa nova campanha, buscando se distanciar das polêmicas. Lúdio, por sua vez, já acenou ao eleitorado conservador lançando uma carta aos cristãos e frisando sua posição contrária ao aberto e liberação de drogas. 

Abilio conquistou 126.944 votos (39,61% dos votos válidos) e Lúdio (PT) recebeu 90.719 votos (28,31%) no término da apuração do último domingo. 

Eles derrotaram Eduardo Botelho, do União Brasil, que ficou de fora do segundo turno após a maioria das pesquisas carimbar sua ida ao segundo turno na primeira colocação. Ele foi o terceiro colocado, com 88.977 votos (27,77% dos votos válidos). 
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