O ex-secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller (PP), que foi demitido do Governo Federal, após o escândalo leilão do arroz, demonstrou que ainda guarda mágoas de como o caso foi tratado pelo ministro Carlos Fávaro (PSD).
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“Depois que eu saí do ministério, nunca mais falei com Fávaro. Eu não faço nem questão de falar com ele”, enfatizou.
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (30), na Assembleia Legislativa, Geller comentou rapidamente sobre as polêmicas que envolveram seu nome ao longo do ano. Ele destacou que está reorganizando sua vida particular para começar a tratar sobre seu retorno à vida política, já que tem pretensão de retornar à Câmara dos Deputados nas eleições de 2026.
Além disso, ele reafirmou que não entrou em contato com o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), pedindo um possível apoio a Abilio Brunini (PL) no segundo turno. Ele explicou que ficou quase um mês sem vir à capital e que não fez campanha a nenhum candidato, afirmação diferente da que foi apresentada pelo atual prefeito.
“Eu fiquei quase 15 dias sem vir a Cuiabá. Eu não participei do processo eleitoral. Não falei com o Emanuel em nenhuma vez. Conversei com várias pessoas. Conversei com o Diego [Guimarães, deputado estadual], conversei com o Botelho [presidente da Assembleia], conversei com a turma, mas não sobre política. Eu estava em inseto, não me envolvi”, declarou.
“Estou me preparando, sim, para ser candidato a deputado federal. Isso sim, isso é fato, porém, no momento, estou me organizando, conversando um pouquinho mais com vocês da imprensa, mas na polêmica aqui de Cuiabá, eu não me envolvi. Mas acho que o Abilio vai fazer uma excelente gestão, até pelo posicionamento dele depois da eleição”, acrescentou.
Questionado o porquê está inserido na polêmica do segundo turno da capital, Neri saiu pela tangente e ressaltou que seu trabalho, independente de estar com cargo político ou não, em de ajudar o desenvolvimento do estado, não sabendo responder porque foi inserido na denúncia feita por Emanuel.
Demissão
Neri foi exonerado do cargo no Mapa depois do resultado do leilão de arroz. O processo causou polêmica e levantou a suspeita de irregularidades, já que entre as vencedoras estão uma mercearia que vende queijo, uma locadora de veículos e um fabricante de sorvetes.
Outro ponto que causou dúvida sobre o processo, foi uma empresa criada por um ex-assessor de Geller, negociar a venda de 44% do arroz importado vendido no leilão. Robson Luiz de Almeida França trabalhou no gabinete de Neri na Câmara Federal e é um dos criadores da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e Foco Correta de Grãos que participaram da negociação de 116 mil das 263,3 mil toneladas que seriam comercializadas, o que representaria algo em torno de R$ 508,1 milhões dos R$ 1,3 bilhão que seria movimentado no leilão.
Além disso, o escândalo abalou a imagem entre ele e o ministro Carlos Fávaro, que iniciou em 2022, após o grupo do governador Mauro Mendes (União) ter preferido a reeleição de Wellington Fagundes (PL) ao invés de apoiar o progressista, que nem chegou a concorrer a vaga porque teve registro de candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral.