Mato Grosso registra índice alarmante de hanseníase, 600% acima da média nacional, alerta TCE :: Notícias de MT | Olhar Direto

Olhar Direto

Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Notícias | Política MT

DOENÇA CRÔNICA

Mato Grosso registra índice alarmante de hanseníase, 600% acima da média nacional, alerta TCE

04 Nov 2024 - 14:10

Da Redação - Rafael Machado/ Do Local - Max Aguiar

Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

Mato Grosso registra índice alarmante de hanseníase, 600% acima da média nacional, alerta TCE
O conselheiro-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo, fez um alerta sobre o cenário de hanseníase em Mato Grosso. Conforme o conselheiro, o estado apresenta um índice de casos 600% acima da média nacional, o que reflete as grandes desigualdades sociais e a carência de políticas públicas que enfrentam extremos tanto na economia quanto na saúde pública.


Leia também
Botelho nega pretensão de buscar primeira-secretaria, caso eleição seja anulada pelo STF: “não vejo motivo para mudar a Mesa”


“Eu digo que Mato Grosso é o primeiro na produção de carne, de soja, de milho, de algodão, mas é o campeão absoluto também em hanseníase. Temos um estado desigual, onde existem ilhas de prosperidade e ilhas de miséria, e isso é resultado das políticas públicas adotadas ao longo das últimas décadas. Esse problema não é apenas do governo atual, nem do anterior, mas da falta de continuidade e de eficácia nas ações voltadas para reduzir essas desigualdades”, ressaltou em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (4).

"Nós precisamos trabalhar esse assunto, não tem cabimento nós estarmos sendo campeões 600% acima da média nacional", acrescentou.

O conselheiro destacou a urgência de tratar a hanseníase como prioridade, ressaltando que a doença se espalha em locais carentes de saneamento básico e de condições mínimas de vida.

“A hanseníase acontece onde não existe saneamento básico, onde não há o mínimo de condições para uma vida digna. E o que essa doença causa? Ela traz problemas gravíssimos, pode deixar uma pessoa incapacitada, atinge os dedos, a pele, o rosto, é uma doença que destrói a vida de quem a contraiu e que, infelizmente, ainda atinge crianças no nosso estado”, comentou.

Sérgio Ricardo ressaltou que, embora o governo estadual tenha se esforçado para combater a hanseníase, é necessária uma ação mais ampla e preventiva.

“Esse governo tem trabalhado com muita dedicação nessa questão, tem se empenhado em melhorar a saúde em Mato Grosso, mas isso precisa ser uma prioridade continua. A hanseníase já era conhecida como lepra há séculos, nos tempos de Cristo, e, mesmo com todo o avanço da medicina, ela ainda está aqui”, frisou.

Nessa semana, o TCE realiza discussões sobre o tema e, principalmente, ações de enfrentamento do atual cenário. Ele mencionou ainda a preocupação com a alta incidência nas regiões urbanas mais populosas, como Cuiabá e Várzea Grande, cidades que teoricamente deveriam ter uma estrutura de saúde mais robusta. Além da região metropolitana, Sérgio Ricardo destacou que a hanseníase também afeta municípios menores, como Barão de Melgaço e Diamantino, onde os índices são igualmente preocupantes.

“Talvez seja pelo fato de serem as duas cidades mais populosas, mas é aqui que não deveria acontecer. Aqui, onde estão as maiores estruturas de saúde, não deveria haver tantos casos”, disse.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet