Acácio Ambrosini (UNIÃO), vice-prefeito eleito de Sorriso pela chapa de Alei Fernandes (UNIÃO), negou qualquer irregularidade cometida pela chapa durante a campanha eleitoral. Ele afirmou que o candidato derrotado, Damiani da TV (MDB), tenta "derrubar as eleições".
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A fala dele é uma resposta à autorização da busca e apreensão nos dados do celular do agricultor Nei Francio, apoiador do prefeito Alei Fernandes e principal alvo da Operação Rustius, deflagrada na manhã desta quarta pela Polícia Federal. A ofensiva investiga as informações contidas no iPhone de Francio, na busca de elucidar a arrecadação de verbas irregulares e suposto Caixa 2 durante a campanha de Fernandes.
Na segunda-feira (2), Damiani acionou Fernandes na Justiça Eleitoral, requerendo sua cassação e declaração de inelegibilidade por oito anos. Em outubro, a polícia encontrou R$ 300 mil em espécie em uma caminhonete Hilux conduzida por Francio.
Acácio disse que não recebeu nenhuma intimação e não deu detalhes do caso porque não teve acesso ao processo. Ele disse também que está à disposição da Justiça para esclarecimentos.
“Eu não sei te falar dos autos, porque a gente não tem acesso a nada. Particularmente acho que é a ação de alguém que não aceita a derrota, que é natural e normal”, comentou. “Eu não recebi nenhuma intimação, tudo que eu sei é o que está na imprensa”, disse à reportagem do Olhar Direto. “[a operação] tem embasamento em um cara que tomou “bordoada” nas urnas e está desesperado buscando jeito para derrubar a eleição”.
“As contas foram aprovadas. Eles [chapa de oposição entraram com uma petição e essa [operação] é resultado de uma denúncia deles. Eu considero ações isoladas de alguém que não aceita [o resultado], mas está no direito dele também. Eu tô de boa, tô tranquilo. Eles [a polícia federal] vão recolher as informações, analisar e seguir o trâmite normal.
A operação
Segundo os autos, Francio é pai de Ian Zibetti Francio, um dos maiores doadores da campanha de Fernandes. Durante seu depoimento à PF, Francio inclusive confessou que possui “vínculo de amizade” com Alei, admitindo ter trocado mensagens com o prefeito eleito, bem como que ambos são proprietários de um pesqueiro no Pará.
Em outubro, diante do flagrante de Francio, a juíza da 43ª Zona Eleitoral de Sorriso autorizou a quebra de sigilo de dados do seu celular. Em sua decisão, a magistrada anotou que o acervo de informações anexadas no processo evidenciou a necessidade de elucidar a origem e o destino do dinheiro apreendido com o agricultor, já que ele é apoiador declarado de Fernandes e não soube explicar a origem e destino do montante.
‘Com o flagranteado foi apreendido, também, um aparelho celular, o que, aliado à quantia de dinheiro em espécie e à não comprovação da origem e, ainda, à iminência das eleições municipais, demonstra a pertinência e necessidade de se obter o extrato de dados do referido aparelho, a fim de se ter elementos fundamentais para a conclusão de eventuais crimes eleitorais. Diante das peculiaridades do caso, vez que pode haver no aparelho celular dados/informações que levem a elucidar a origem e a destinação do dinheiro apreendido, autorizo o acesso e posterior realização de Exame Pericial para análise e extração de dados”, decidiu, em outubro.
Na manhã de hoje (4), então, a Polícia Federal bateu na porta de Francio com objetivo de apreender seu Iphone. Na ação, os agentes apreenderam R$ 115 mil em espécie.