Alei Fernandes e Acácio Ambrosini - ambos do União Brasil --, eleitos prefeito e vice de Sorriso, respectivamente, divulgaram uma nota conjunta nesta quinta-feira (5) comentando sobre a Operação Rustius, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para apurar a suspeita de caixa dois na campanha eleitoral na chapa Alei-Acacio nas eleições municipais. Na nota, eles dizem que estão “absolutamente tranquilos” e afirmam que a "escolha do povo está consolidada no voto".
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“A respeito da Operação Rustius, deflagrada pela Polícia Federal, estamos absolutamente tranquilos sobre a lisura das nossas ações. Estamos totalmente a disposição para todos os órgãos que regulam o processo eleitoral e acreditamos até, que de uma vez por todas, com a operação de hoje, ficará límpido, transparente e clara, a nossa vitória no voto, para prefeito de Sorriso, que nos elegeu com 25.255 votos (51,33%) dos votos válidos, conquistados nas ruas e nas casas das pessoas que acreditaram na verdade das nossas mensagens”, comentaram.
“A escolha do povo representa a democracia, consubstanciada no voto. Portanto, é um pilar
fundamental para o funcionamento de uma sociedade justa e livre, e sua importância é incontestável e é isso, que prezamos em todo o pleito eleitoral em Sorriso”, finalizam.
Nei Francio, apoiador do prefeito Alei Fernandes (União), é o principal alvo da Operação da PF. A ofensiva investiga as informações contidas no iPhone de Francio, na busca de elucidar a arrecadação de verbas irregulares e suposto Caixa 2 durante a campanha de Fernandes.
A Operação foi deflagrada após Francio ser preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia 3 de outubro, três dias antes das eleições municipais. Na caminhonete Hilux conduzida por Francio, os agentes flagraram R$ 300 mil em espécie.
Questionado pelos policiais, Francio não soube comprovar a origem do dinheiro, que incluía cédulas de 20, 50, 100 e 200 reais.
Nesta quarta, a Polícia Federal cumpriu 9 mandados de buscas nas cidades de Sorriso e Cuiabá, em uma medida cautelar pessoal consistente na entrega do passaporte e na proibição de se ausentar da cidade em desfavor de um dos responsáveis pelo financiamento da campanha do candidato envolvido.
Foram apreendidos R$ 100 mil em espécie, além de celulares e computadores que vão auxiliar nas investigações, segundo o delegado. O delegado a frente das investigações, Tiago Marques, afirmou que todas as informações produzidas no inquérito serão compartilhadas com o Ministério Público Eleitoral para análise de propositura de ação, visando a impugnação ou a cassação do mandato eletivo do candidato envolvido.
O promotor de justiça Márcio Florestan Berestina, do Ministério Público Eleitoral, apresentou representação acusando o prefeito Alei Fernandes e seu vice, Acácio Ambrosini, de práticas ilícitas na arrecadação e nos gastos de recursos durante a campanha eleitoral. As acusações incluem a manutenção de um "caixa dois" e o recebimento de doações de empresas, o que é proibido pela legislação eleitoral brasileira.
Com isso, o MPE pede que seja negada ou cassada a diplomação de Alei Fernandes e Acácio Ambrosini, “em razão da prática de captação e gastos ilícitos de campanha (“caixa 2” e doações de pessoas jurídicas)”.