O Athletico-PR, um clube que nos últimos anos ganhou fôlego e projeção, viveu um 2024 marcado por altos e baixos. Em meio à festa do
futebol ao vivo, com a torcida de volta aos estádios, o Furacão passou por uma temporada inconsistente, deixando o torcedor com mais dúvidas do que certezas.
Perto do fim do campeonato, a 17ª posição na tabela soa como uma ameaça real de rebaixamento, uma situação impensável meses atrás. Para quem esperava mais do time que já havia se acostumado a disputar grandes posições, resta agora entender os motivos desse declínio e o que pode ser feito para que o próximo ano traga uma realidade diferente.
Vitórias e derrotas: a marca da irregularidade
Com uma campanha de 9 vitórias, 7 empates e 14 derrotas até aqui, o Athletico foi, sem dúvida, um time de extremos. A equipe mostrou força em alguns jogos importantes, superando adversários de peso e renovando a confiança da torcida.
Mas, nos confrontos contra times da parte inferior da tabela, o Furacão deixou escapar pontos preciosos. Essas oscilações são um reflexo de uma campanha que, ao contrário do esperado, nunca conseguiu embalar.
Na Arena da Baixada, o Athletico ainda teve alguns bons momentos, impulsionado pela energia das arquibancadas. É ali, em casa, que o futebol ao vivo assume outro significado para a torcida rubro-negra. Fora de casa, no entanto, as vulnerabilidades do time ficaram expostas.
Derrotas para Bahia e Goiás – times que também lutam para se afastar da zona da degola – jogaram o Athletico numa situação delicada. A confiança que o time parece ter em casa desaparece longe da Arena da Baixada, revelando uma equipe que vacila quando a pressão aumenta.
Um time que quer figurar entre os grandes precisa mostrar consistência, dentro e fora de seus domínios. E isso, nesta temporada, passou longe.
Posição atual: risco iminente e pressão total
Com
34 pontos em novembro de 2024, o Athletico ocupa a incômoda 17ª posição, uma zona sombria para quem, no mínimo, esperava lutar por uma vaga em competições internacionais. Para os jogadores, comissão técnica e diretoria, a pressão já é um peso insuportável.
Cada decisão, cada movimento agora definem se o time permanecerá na elite do futebol brasileiro ou se amargará um retorno indesejado à Série B.
Para o torcedor, o rebaixamento não representa apenas o tombo esportivo, nem a perda financeira que acompanha a queda. Significa ver um projeto de crescimento, que foi se construindo com suor e ambição, desmoronar diante dos próprios olhos.
Neste momento, o que o Athletico mais precisa é de uma resposta urgente, de uma reação à altura do desafio. Precisa de planejamento tático firme, de correções pontuais e, sobretudo, de uma força que só os times determinados a escapar da queda conseguem mostrar.
Destaques individuais em meio à turbulência
Mesmo em uma temporada errática, alguns jogadores do Athletico mantiveram-se firmes, como ilhas de talento e consistência em meio ao mar revolto. Léo Linck, o jovem goleiro, assumiu a meta rubro-negra com a serenidade dos veteranos. Em momentos críticos, lá estava ele, segurando o placar com defesas que salvaram pontos preciosos.
Já Fernandinho, o veterano no meio-campo, mostrou por que ainda é reverenciado. Em meio a um time desajustado, foi ele o ponto de equilíbrio, o líder que orienta e tenta dar ao grupo a direção que faltou em muitos momentos. Mas, mesmo com toda sua experiência, Fernandinho não pôde cobrir sozinho as lacunas de uma equipe que parece perdida.
No ataque, o cenário foi desanimador. Pablo, que já viveu dias de artilheiro, não conseguiu repetir a dose, e a falta de um goleador de ofício ficou evidente.
Canobbio até se esforçou para assumir a responsabilidade, mas mesmo assim não é suficiente para manter acesa a chama da esperança do time paranaense. A verdade é que o Athletico precisa de reforços, especialmente para dar peso ao setor ofensivo.
Perspectivas para 2025: reorganizar e apostar na base
Seja qual for o desfecho desta temporada, o Athletico-PR tem um caminho árduo pela frente em 2025. Reerguer-se exige, antes de tudo, uma reestruturação firme que recoloque o clube nos trilhos de crescimento que tanto prometiam.
O ataque precisa de reforços urgentes, jogadores com fome de gol e precisão para finalizar. Mas não só isso. A base – que sempre foi o orgulho e a fábrica de talentos do clube – precisa ser valorizada. É ali, entre os jovens, que pode estar o diferencial para o futuro, um futuro que precisa ser construído com paciência e visão.
Outro ponto crucial é a comissão técnica. Um time que almeja estabilidade e projeção não pode se dar ao luxo de flutuações táticas e mudanças de filosofia a cada nova rodada. É hora de um comando técnico que tenha autonomia e respaldo para criar e sustentar um esquema de jogo sólido, evitando os erros que marcaram 2024.
Para um clube que já demonstrou que sabe inovar e crescer, o momento pede não mais experimentação, mas compromisso em manter-se entre os grandes com consistência.