Paulo Witer Faria, conhecido como "WT" e tesoureiro do Comando Vermelho, abriu uma conta bancária para seu time de futebol, os "Amigos do WT", diretamente da Penitenciária Central do Estado (PCE). A descoberta foi feita pela Polícia Civil durante a Operação Fair Play, desdobramento da Operação Apito Final.
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Mesmo preso desde abril deste ano, WT conseguiu criar uma conta em um banco digital no dia 28 de julho. Utilizando sua própria foto, o criminoso validou sua identidade no aplicativo bancário e passou a movimentar a conta do time, segundo a polícia.
Ainda conforme a polícia, as investigações indicam que essa nova conta pode estar sendo utilizada para ocultar recursos financeiros provenientes de atividades ilícitas.
Operações Apito Final e Fair Play
As operações Apito Final e Fair Play têm como alvo principal Paulo Witer, o WT, que é considerado um dos principais articuladores de um esquema de lavagem de dinheiro em Cuiabá. As investigações revelaram que o criminoso utilizava diversas empresas de fachada e bens de luxo para ocultar os valores obtidos com atividades criminosas.
Na última semana, as investigações da GCCO identificaram que a compra de um apartamento de luxo na cidade de Itapema, no litoral de Santa Catarina, avaliado em R$ 1 milhão, foi realizada por meio de centenas de transações bancárias - uma prática característica do tráfico de drogas.
O apartamento, alvo da Operação Fair Play, foi adquirido por E.J.X.P., em outubro de 2023, que atuou como "laranja" de Paulo Witer Faria Paelo, o WT. Os dois também foram alvos da Operação Apito Final, deflagrada em abril deste ano.
De acordo com as investigações, a negociação do apartamento, realizada em outubro de 2023, envolveu o pagamento de uma entrada de R$ 500 mil, e cinco parcelas de R$ 50 mil, totalizando R$ 750 mil. Desse total, uma parte foi paga diretamente para a construtora do apartamento, para quitar o imóvel, e o restante foi repassado para os antigos proprietários.
Para concretizar o acordo, foram realizados 284 depósitos bancários por, pelo menos, cinco comparsas de Paulo Witer. As diligências apontaram que as inúmeras transações foram realizadas diretamente em caixas eletrônicos, sem a identificação de quem enviava os valores.