O senador Jayme Campos (União) refutou a informação de que sua família teria histórico de parentesco com escravocratas. A declaração foi dada durante entrevista ao PodOlhar, em resposta a um levantamento da Agência Pública, que indicou que Antônio José Pinto de Figueiredo, mestre de campo em Cuiabá no século XVIII, seria um dos antepassados dos Campos e teria possuído 83 escravizados.
ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM O SENADOR JAYME CAMPOS:
"Nunca ouvi falar. Primeiro que Antônio Pinto de Figueiredo não é meu parente. Eu sou Campos. Meu avô, lá pelo outro lado, é Curvo. Minha mãe é Curvo e meu pai é Campos. Como é que Antônio Pinto de Figueiredo seria meu parente?", questionou o senador. Campos ainda afirmou que não considera relevante a discussão sobre vínculos familiares com figuras históricas envolvidas na escravidão: “A escravidão foi há quantos anos? Milhares de anos atrás. Vem falar que eu, Jayme Campos, tenho a ver com escravidão no Brasil. Se houve ou não houve, eu não sei. Não levei nem em consideração essa indagação.”
A reportagem da Agência Pública destaca que Antônio Pinto de Figueiredo, citado no levantamento, deixou em inventário de 1795 uma propriedade com 83 escravizados e diversos bens. O nome aparece no livro Genealogia mato-grossense, de José Barnabé de Mesquita.
Jayme Campos é integrante de uma das famílias mais influentes da política mato-grossense. Junto com o irmão Júlio Campos, construiu uma trajetória que abrange cargos de prefeito, governador, senador e deputado estadual. O pai deles, Júlio Domingos de Campos, conhecido como "seu Fiote", foi uma figura política notória no estado.
Históricos de Trabalho Degradante
Em 2008, trabalhadores denunciaram condições degradantes na fazenda Santa Amália, de propriedade de Jayme Campos, em Alta Floresta (MT). À época, o Ministério Público do Trabalho firmou com o senador um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas ele descumpriu as medidas e assinou um novo termo em 2017, destinando equipamentos à Polícia Federal como penalidade.
O senador também foi multado em mais de R$ 6 milhões pelo Ibama por desmatamento em uma área de proteção ambiental na mesma fazenda. Ele negou irregularidades e atribuiu as ações a perseguição política.
Apesar das controvérsias, Campos enfatiza que sua atuação política é voltada para resultados em favor dos cidadãos mato-grossenses. “Estamos no século XXI. Não vejo relação entre esses levantamentos históricos e o trabalho que realizo hoje como representante do povo”, concluiu.
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