O ex-senador Cidinho Santos (PP) afirmou que o setor empresarial brasileiro observa a economia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com um misto de otimismo e preocupação. A declaração foi dada ao PodOlhar, onde Cidinho, que integra o Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) e o Grupo de Empreendedores do Brasil, comentou sobre o impacto das políticas econômicas no ambiente de negócios.

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A fala do ex-senador vem após uma entrevista concedida por Lula ao programa Fantástico, da TV Globo. Durante a entrevista, o presidente criticou o mercado financeiro, que tem reagido negativamente ao pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo, afirmando que "os agentes financeiros não têm que se preocupar com os gastos do governo". A declaração gerou repercussão imediata, com o dólar alcançando um recorde histórico em desvalorização do real frente à moeda americana.

Segundo Cidinho, os empresários reconhecem sinais positivos na economia, como o aumento do consumo e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas a questão fiscal ainda gera incertezas. "A economia está girando. Por exemplo, o Marcos Molina, presidente da BRF, relatou um aumento de 20% no faturamento em um ano. O consumo está em alta, o país está crescendo 3,5% neste ano, algo que não se via há muito tempo. Setores como o de motocicletas nunca venderam tanto, o que demonstra que o mercado está ativo", destacou o ex-senador.

Apesar disso, Cidinho ressaltou que a sustentabilidade desse crescimento é motivo de apreensão. "Há preocupação com o futuro. Hoje está bom, mas será que daqui a um ou dois anos estaremos nessa situação com juros tão altos? A taxa básica de 15% encarece os empréstimos bancários e isso afeta o planejamento empresarial", explicou.

O ex-senador também mencionou que grandes empresários, como Luciano Hang, continuam investindo, mesmo com cautela. "Hang, que antes dizia que não investiria mais, está inaugurando novas lojas, incluindo uma em Alto Paraguai. Isso mostra que há confiança, mas também uma expectativa de ajustes fiscais para que o crescimento se mantenha sustentável", afirmou.

Cidinho concluiu que a solução está nas mãos do governo e do Congresso Nacional para realizar os ajustes necessários e equilibrar as contas públicas, permitindo que o setor empresarial mantenha seus planos de expansão. "Os empresários estão investindo e acreditando, mas a preocupação com déficit público, dólar e juros altos é constante. O futuro depende das decisões políticas que serão tomadas", pontuou.