Deve continuar a todo vapor a pressão para que o governador Mauro Mendes (União) envie um projeto de Revisão Geral Anual (RGA) dos servidores públicos estaduais com recomposição acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que registrou 4,83% em 2024. A Assembleia Legislativa se reúne na próxima terça-feira (21) para apreciar um projeto que será enviado pelo governo do Estado e parte dos deputados cobram um incremento maior aos servidores.
Leia também
Sindicalistas cobram diálogo com governo sobre RGA e reivindicam compensação de perdas acumuladas
Enquanto o governador Mauro e seus principais aliados se mantêm firme em sua proposta de aplicar a correção apenas com base no IPCA, deputados de diferentes bancadas continuam pressionando pela concessão de um reajuste superior a esse índice. Mais recentemente, foi a vez da deputada Janaina Riva (MDB) cobrar através das redes sociais.
Para ela, é uma questão de direito dos servidores, especialmente após os impactos da pandemia e das limitações impostas pela PEC do teto de gastos, que resultaram em dois anos consecutivos de perdas salariais.
Janaina argumenta que, com a inflação acumulada e o aumento nos custos de serviços essenciais como educação e saúde, o salário do servidor público está defasado em mais de 20%. Ela sugere que o governo busque alternativas para recompor esses valores de maneira planejada e a longo prazo, de modo que a medida não prejudique as finanças do Estado. “Não é que o servidor quer um aumento exorbitante, mas sim uma perspectiva de que os direitos dele sejam resguardados”, declarou a parlamentar.
Por outro lado, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) também reforçou a necessidade de uma correção salarial mais robusta. Em um ofício enviado ao governador, ele solicitou que fosse concedida uma revisão de 7,65%. Esse percentual levaria em conta os 4,83% do IPCA do último ano, além de 2,82% relativos às perdas inflacionárias acumuladas entre 2018 e 2021. Lúdio destacou que a recomposição salarial é um direito garantido pela Constituição Federal e deve ser cumprida de forma integral.
Já o deputado estadual Júlio Campos (União) sugeriu que o governo proponha uma RGA de pelo menos 5%. Para ele, o Estado possui margem fiscal para isso, o que poderia ainda aproximar o governo dos servidores e aliviar as tensões relacionadas às perdas salariais. A base governista na Assembleia, por sua vez, resiste a propostas mais altas e defende que o índice de 4,83% seja mantido como a principal referência para o reajuste.
No entanto, a liderança do governo, por meio do deputado Dilmar Dal Bosco (União), tem se posicionado de forma mais cautelosa, descartando qualquer possibilidade de um aumento superior ao valor estipulado de 4,83%. O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União) também já admitiu que deve ser votada somente a proposta abaixo de 5%.