A senadora Margareth Buzetti (PSD) criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela insistência em manter o episódio de 8 de janeiro como parte de sua narrativa política. Em entrevista ao PodOlhar, a parlamentar avaliou que os atos de depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, não configuram um golpe, mas uma tentativa frustrada que deve ser encarada como um fato histórico superado.
ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM A SENADORA MARGARETH BUZETTI:
“O que se fala e o que se vê é que houve uma tentativa de golpe. Não conseguiram realizar. Uma tentativa não é um golpe, como aconteceu em 1964. Agora, se o presidente Jair Bolsonaro estava envolvido ou não, não sei. Não acredito nisso. Porém, são as investigações que vão dizer”, afirmou.
Margareth destacou que parte dos militares rejeitou a ideia de um golpe, e o então presidente Jair Bolsonaro, ao se ausentar do país, não deu nenhuma orientação para que os manifestantes que estavam nas ruas desmobilizassem. “O alto escalão dos militares falou que isso não ia ser feito, e não foi feito. Foi muito grave o que aconteceu em 8 de janeiro, mas essa perpetuação disso eu também não gosto. Não vamos ficar falando disso a vida inteira. O governo Lula vai se alimentar disso agora? Não consigo entender.”
A senadora também questionou a postura do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelos processos relacionados aos atos de 8 de janeiro. “O Alexandre de Moraes está pesando a mão em todo mundo. É o que prende, o que solta, executa, julga, faz tudo. Não gosto dessa perpetuação disso. É que nem a ditadura: já foi, já deu, já passou, graças a Deus”, disse Margareth, ao comparar o tratamento do tema com a forma como se revisita o período do regime militar.
Ao ser questionada sobre a importância de relembrar eventos históricos para evitar que se repitam, Margareth defendeu que a memória deve ser preservada sem que os fatos sejam explorados politicamente. Ela mencionou a repercussão do filme Ainda Estou Aqui, que retrata os impactos da Ditadura Militar, mas pontuou que é preciso equilíbrio.
“Tudo tem uma coisa que é possível você fazer que não seja aproveitamento político. Não gosto dessa coisa de se aproveitar politicamente do fato, que hoje vejo que está sendo feito”, afirmou.
Vivência pessoal na ditadura
A senadora compartilhou uma lembrança de sua juventude, quando seu discurso sobre drogas foi confiscado por militares durante a ditadura. “Estava falando um discurso na rádio, caiu a energia, logo vieram os militares, confiscaram o meu discurso e levaram. Eu tive que explicar de onde tirei as informações. Foi um momento muito difícil, mas superamos.”
Margareth concluiu reiterando que, embora não apoie os atos de 8 de janeiro, considera a insistência em manter o tema vivo prejudicial ao país. “Os fatos ocorreram. Vamos virar a página e focar no que é essencial para o Brasil.”
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